Chefias da Urgência do Amadora-Sintra apresentam demissão

29-11-2022

Os chefes e subchefes das equipas do Serviço de Urgência de Medicina do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) apresentaram hoje a demissão, por considerarem estar em causa a qualidade assistencial e a segurança dos utentes. Também no hospital de Almada se registou idêntica posição.

Numa carta dirigida à diretora clínica do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, com conhecimento da presidente do Conselho de Administração, os 44 médicos signatários afirmam que o hospital "vive, uma vez mais, momentos de enorme dificuldade na nobre missão de prestar a melhor atividade assistencial à população que a ele recorre".

"Depois de, com elevado esforço e sentido de dever, termos superado uma pandemia que exigiu a todas as instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) o melhor dos seus profissionais, olhamos para o futuro com enorme preocupação e apreensão", afirmam na carta divulgada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Chefes das urgências do Hospital de Almada apresentam demissão

Também os chefes de equipa do Serviço de Urgência Geral (SUG) do Hospital de Almada apresentaram hoje a demissão dos cargos em protesto com a escala de dezembro, que consideram estar "abaixo dos mínimos".

Numa carta dirigida ao diretor clínico do Hospital Garcia de Orta, em Almada, à presidente do Conselho de Administração e à diretora do Serviço de Urgência, os chefes de equipa explicam que na escala prevista constam vários dias com um número de elementos abaixo dos mínimos (um ou dois elementos apenas) para garantir o bom funcionamento do serviço.

"Não podemos como chefes de equipa, assistentes hospitalares de medicina interna e médicos deste hospital aceitar chefiar uma equipa de urgência nas presentes condições de trabalho e paupérrimas condições de prestação de cuidados no SUG como se encontram atualmente", salientam na missiva tornada pública pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Os chefes de equipa adiantam que a escala de dezembro, à semelhança das escalas apresentadas nos últimos meses, normaliza uma equipa constituída por quatro elementos (ou menos) número que consideram insuficiente para garantir todos os postos necessários para o bom funcionamento do SUG e prestação de cuidados em segurança para os doentes e profissionais.