Covid-19: Idosos só podem sair à rua em situações excepcionais

19-03-2020

Os idosos com mais de 70 anos e doentes crónicos só podem sair à rua em "situações excepcionais" como ir ao banco, correios, centros de saúde, anunciou hoje o primeiro-ministro. O isolamento obrigatório não é geral.

"Os idosos com mais de 70 anos e para pessoas que sofrem qualquer morbilidade é imposto um dever especial de proteção pelo qual só devem sair das suas residências em circunstâncias muito excepcionais e quando estritamente necessárias", afirmou António Costa.

Segundo o chefe do executivo, só podem sair de casa para assegurar a aquisição de bens que necessitem ou para irem ao banco ou aos CTT tratarem, por exemplo, da sua reforma, para se deslocarem ao centro de saúde, para fazer pequenos passeios higiénicos ou para passear os animais de companhia.

"Fora desta situação, estas pessoas devem evitar a todo o custo para sua própria proteção qualquer deslocação para fora da sua residência", explicou António Costa à imprensa no final de uma primeira reunião do Conselho de Ministros que aprovou medidas que concretizam o estado de emergência em que Portugal se encontra desde as 00:00 de hoje e até 02 de abril.

Segundo o primeiro-ministro, "a experiência noutros países revela que são aqueles setores da sociedade que estão mais atreitos à contaminação pela doença", exigindo maior intervenção no internamento hospitalar e têm um mais elevado risco de mortalidade.

Isolamento obrigatório não é geral

O primeiro-ministro, António Costa, garantiu hoje que as medidas do estado de emergência para conter a pandemia de Covid-19 em Portugal não preveem um isolamento obrigatório para generalidade da população.

Na apresentação dos resultados do Conselho de Ministros, que aprovou as medidas para aplicar o estado de emergência decretado na quarta-feira pelo Presidente da República, António Costa afirmou que o "isolamento obrigatório" só é aplicado para doentes com Covid-19 ou que estejam sob vigilância ativa.

O incumprimento é punido por "crime de desobediência", explicou, cabendo a fiscalização às forças de segurança.

Relativamente à restante população, as autoridades e forças de segurança "vão atuar pedagogicamente".

Tal como já tinha dito após a declaração do estado de alerta, e antes de ser decidido o estado de emergência, o primeiro-ministro afirmou que "as pessoas têm cumprido tão bem" que seria "um desrespeito pelos portugueses impor um quadro sancionatório".

Logo na intervenção inicial, Costa afirmou ainda que "a preocupação" do Governo na definição das medidas do estado de emergência foi "assegurar a máxima contenção e o mínimo de perturbação", sempre tendo em vista encontrar a "melhor forma possível para conter a expansão da pandemia".