Frente Ribeirinha transforma-se no novo Cais de Lisboa

27-11-2019

Lisboa está a reabilitar a frente ribeirinha central, desde o Terreiro do Paço à Doca da Marinha, naquela que é a maior operação de valorização do rio das últimas décadas. O projeto vai dotar a cidade de condições únicas para a atividade marítimo-turística, o transporte público fluvial entre as duas margens do rio e a criação de espaços de lazer e equipamentos. A frente ribeirinha desta área vai, assim, transformar-se no novo Cais de Lisboa.

Este importante projeto de renovação integra vários projetos, todos eles interligados, nomeadamente a reconstrução do Muro das Namoradeiras, a retirada do aterro do Cais das Colunas, a reabilitação da Estação Sul e Sueste e da Doca da Marinha, a criação do Bacalhau Story Centre, do Centro Tejo e de um Cais de Apoio à Atividade Náutica, bem como o reforço de Pontões.

A reabilitação é da responsabilidade da Associação Turismo de Lisboa, por incumbência da Câmara Municipal de Lisboa, e visa proporcionar um maior usufruto do espaço, tanto para lazer como para serviço de transporte público fluvial, dando ainda uma maior robustez à valorização do rio e das suas margens, como fator cultural e identitário.

Para Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, "o Novo Cais de Lisboa devolve o rio aos lisboetas e disponibiliza-o, em todo o seu esplendor, aos visitantes nacionais e estrangeiros que acolhemos todos os anos. Esta obra é, sem dúvida, um passo importante na valorização da cidade e na capacidade de inovação e diferenciação da sua oferta."

As várias frentes do Novo Cais de Lisboa:

O Muro das Namoradeiras está a ser reconstruído, de forma a repor o muro original e o seu complemento até à Ribeira das Naus. Os postes de iluminação originais estão a ser alvo de reabilitação e vão ser repostos, para preservar a silhueta original deste património simbólico da cidade. O projeto é do arquiteto Bruno Soares.

Por sua vez, o aterro entre o Cais das Colunas e a Praça da Estação, realizado há mais de duas décadas, aquando da construção do túnel e da estação do Metropolitano, será finalmente retirado. A praça vai recuperar o traçado original e o Cais das Colunas o relacionamento pleno com o Tejo.

Na Ala Nascente do Terreiro do Paço, vai nascer o Bacalhau Story Centre. Uma homenagem a um símbolo da gastronomia, da cultura e da história de um país que há muito pensa global. Um espaço para lembrar as gerações de marinheiros e pescadores, e explicar a maneira de ser de um povo sempre pronto a oferecer o que tem e ir até ao fim do mundo trazer o que lhe falta. O projeto é do professor Álvaro Garrido, do NewsMuseum e do arquiteto Tiago Silva Dias.

Faz também parte do projeto a reabilitação da Estação Sul e Sueste que recupera o traço original de 1929, da autoria de Cottinelli Telmo, e se transforma no coração da atividade marítimo-turística do Tejo. Aí vai também nascer uma nova área com cafetaria, quiosque, restaurante e esplanadas, um posto de informação, uma Lisboa Shop e o terminal de apoio aos passeios no Tejo, com a instalação de oito bilheteiras de diferentes operadores. O projeto é da arquiteta Ana Costa.

Integrados no projeto de reabilitação ribeirinha, os dois pontões da Transtejo/Soflusa serão reforçados e no quadro da reabilitação da Estação Sul e Sueste instalados três novos pontões com passadiços. A missão destas novas estruturas será acolher as embarcações dos diversos operadores turísticos, num sistema de slots por toque que possibilite uma atividade regular e eficaz e uma utilização partilhada. Será ainda reabilitado o pontão da Doca da Marinha para dinamizar novas propostas de transporte fluvial.

No interior da Estação, vai nascer o Centro Tejo. Um espaço de promoção da oferta cultural e turística dos municípios ribeirinhos, para iniciativas de valorização do rio e consciencialização ambiental. O projeto é dos arquitetos Tiago Silva Dias e Pedro Mendes Leal.

Na praça, aintervenção urbanística vai permitir recuperar os espaços públicos junto ao rio e ligar os percursos pedonais e cicláveis ao longo da Frente Ribeirinha. O arquiteto Bruno Soares assina o projeto.

Entre a Estação Sul e Sueste e o novo Terminal de Cruzeiros, a Doca da Marinha vai dar lugar a um grande espaço arborizado, onde os peões e as vistas sobre a cidade e o rio recuperam prioridade face ao automóvel. Este é um projeto da autoria do arquiteto João Luís Carrilho da Graça.

Um novo restaurante e quatro novos quiosques, com esplanadas e WC públicos, vão pontuar o espaço público. Também aqui o autor dos projetos é o arquiteto João Luís Carrilho da Graça.

O novo espaço ajardinado no lado nascente da Doca da Marinha vai acolher atividades lúdicas e musicais. O espelho de água da Doca vai receber as embarcações tradicionais do Tejo integrantes da "Marinha do Tejo", promovendo este espetacular património cultural que remata com a sua beleza o movimento no Novo Cais de Lisboa.

O investimento desta intervenção é garantido por verbas do Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, completadas por verbas asseguradas pela Associação Turismo de Lisboa. Prevê-se a inauguração do Novo Cais de Lisboa durante o próximo ano, em data a anunciar oportunamente.