Inscrição das Marchas Populares como património imaterial em consulta pública
O projeto para a inscrição das Marchas Populares de Lisboa no inventário nacional de património cultural imaterial está em consulta pública nos próximos 30 dias, segundo um anúncio publicado hoje no Diário da República.

No aviso, o instituto Património Cultural informa que os elementos do processo de inventariação, realizado pela Associação das Coletividades do Concelho de Lisboa, encontram-se disponíveis para consulta no 'site' do Património Cultural (em https://www.patrimoniocultural.gov.pt/)
O processo também poderá ser consultado presencialmente no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
As observações poderão ser enviadas para o correio eletrónico inpci@patrimoniocultural.gov.pt ou em correio registado para o instituto Património Cultural.
Após a conclusão do processo de consulta pública, o Património Cultural deverá tomar uma decisão no prazo de 120 dias.
A candidatura das marchas à lista nacional de património cultural imaterial foi anunciada em abril do ano passado pela Câmara Municipal de Lisboa, justificando que o objetivo é o reconhecimento histórico e também de preservação desta tradição popular.
A candidatura é promovida pela Associação das Coletividades do Concelho de Lisboa (ACCL), com o apoio das 28 coletividades da cidade que anualmente preparam e apresentam as marchas em junho e do município.
Segundo a autarquia, a candidatura implicou uma pesquisa científica de dois anos, liderada pela antropóloga Marina Pignatelli, da Universidade de Lisboa, que incluiu dezenas de entrevistas, observações nas coletividades e recolha de centenas de documentos escritos, fotográficos e audiovisuais.
As Marchas Populares de Lisboa são uma celebração festiva e bairrista, caracterizadas pela dança em desfile, acompanhada de música, poesia e canto.
Os representantes dos bairros participantes, num total de 68 pessoas por bairro, incluem 50 marchantes, porta-estandarte, oito músicos (conhecidos como "cavalinho"), o par de padrinhos e mascotes, cinco aguadeiros, um ensaiador e um organizador da marcha de cada coletividade.
Segundo a autarquia, a tradição remonta à alta Idade Média, tendo evoluído a partir dos arraiais juninos tradicionais, até se estruturar como é conhecida hoje, representando uma marca da cultura popular da cidade.