Serviços mínimos garantidos: Mercedes E 300de tem motor eléctrico para quando não há diesel

14-08-2019

A crise na distribuição de combustíveis que afeta Portugal leva muitos a suspirarem por um carro elétrico. Porém, questões como a autonomia ou a ainda deficiente rede de postos de carregamento desmotivam muitas das trocas de veículos convencionais. A solução pode estar num híbrido plug-in como o novo Mercedes E 300de.

Então e se no mesmo carro juntarmos o melhor das duas tecnologias - convencional (combustão interna) e elétrica - garantindo autonomia sem limites para todo o tipo de trajectos. É assim que nasce a variante híbrida Plug-in do Mercedes-Classe E, assente precisamente no já consagrado motor 2.0 turbodiesel, de 4 cilindros e 194 cv, caixa automática de nove velocidades, 9G-TRONIC, a que se associa um propulsor elétrico de 122 cv, alimentado por bateria de iões de lítio de 13,5 kWh e que dispõe de uma autonomia anunciada de 50 quilómetros, permitindo uma velocidade máxima de 130 km/h.

Este conjunto permite, sem sombra de dúvida, circular em modo totalmente eléctrico nas deslocações de casa para o trabalho ou nos pequenos passeios, tendo sempre como segurança o motor diesel que não nos deixará ficar mal quando a bateria se esgotar ou no caso de necessitarmos de maior dose de potência. Aqui, diga-se que a potência combinada (Diesel+Elétrico) é de 306 cv e que o binário ascende aos 70 Nm, o que permite chegar dos zero aos 100 km/h em apenas 5,9 segundos.

No ensaio realizado ao Mercedes E 300de Sedan, vestimos a pele de um profissional que se desloca diariamente da sua casa na zona litoral de Sintra para o escritório, em Santos, Lisboa. A ideia era saber até que ponto conseguiríamos fazer os 44 km de cada percurso em modo 100% elétrico. A prova foi superada, embora com limite de velocidade e escolhendo o percurso mais favorável em termos de descidas e subidas.

Assim, carregado em casa durante a noite, o E 300de chegou com autonomia de apenas 7% a Lisboa e em apenas 1,5 horas recuperou toda a sua capacidade num dos muitos pontos públicos de carregamento que a Cidade dispõe, neste caso na Av. D Carlos I.

Assim, sendo, a viagem de ida e volta em veículo de grande luxo não custou mais de 1,50€. Menos seis euros face a um carro Diesel.

Num dos dias, optei por seguir um percurso mais longo e a maior velocidade, através da auto-estrada, e então seleccionei um dos modos de funcionamento do sistema híbrido, o 'E-Save', que permite guardar a carga acumulada na bateria recorrendo apenas ao motor de combustão interna, sendo que noutra parte do percurso optei pelo modo 'Charge' que utiliza o motor térmico para a locomoção e para repor carga na bateria.

Dentro desta tecnologia, podemos ainda optar pelo modo 'Hybrid', em que o sistema gere automaticamente a articulação entre os dois motores e o 'E-Mode', que restringe toda a condução ao motor elétrico.

Na combinação dos dois motores, em cada 100 km conseguimos médias de consumo de gasóleo na casa dos 1,7 l/100 km, segundo a marca, não muito longe dos 2,1 l/100 km, registados no nosso ensaio.

Quanto ao resto, o E 300de tem tudo o que têm as convencionais limousines da gama, nomeadamente conforto, espaço e requinte ao mais alto nível; design clássico, mas muito moderno e apelativo e um nível de equipamento e tecnologia quase sem igual.

Em desfavor, apenas a menor capacidade da bagageira, mercê do espaço sob o piso da mala ocupado pelas baterias, que passa de 640 litros na versão convencional para 480 litros.

A versão base tem preços na casa dos 72.900€, sendo que por se tratar de um veículo com autonomia elétrica superior a 25 quilómetros, beneficia de incentivos fiscais para as empresas, o que o torna mais competitivo face aos modelos convencionais.

Paulo Parracho

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