Apesar dos novos casos de covid-19 na região de Lisboa, centros comerciais abrem dia 15

09-06-2020

A Área Metropolitana de Lisboa deixa de ter restrições ao desconfinamento a partir de segunda-feira, podendo abrir os centros comerciais e as Lojas do Cidadão, anunciou hoje o primeiro-ministro, António Costa. Região de Lisboa regista 386 novos casos nesta terca-feira. Situação de Calamidade mantém-se até final do mês.

"Decidimos eliminar, a partir da próxima segunda-feira, as restrições que ainda existem diferenciadas relativamente ao conjunto do país, designadamente permitir a abertura dos centros comerciais de acordo com as regras definidas pela direção-geral da Saúde", afirmou António Costa depois da reunião de Conselho de Ministros.

Há cerca de duas semanas, o Governo decidiu adiar na Área Metropolitana de Lisboa o levantamento de algumas restrições previstas na terceira fase de desconfinamento, impondo regras especiais sobretudo relacionadas com atividades com "grandes aglomerações de pessoas".

A manutenção do fecho dos centros comerciais e das Lojas do Cidadão, a limitação dos ajuntamentos a 10 pessoas (a nível nacional o limite é de 20) e o reforço da vigilância epidemiológica estavam entre as medidas tomadas.

A terceira fase do plano de desconfinamento no continente português devido à pandemia de covid-19 arrancou em 01 de junho com o fim do "dever cívico de recolhimento" e a reabertura de centros comerciais, salas de espetáculos, cinemas, ginásios, piscinas e Lojas do Cidadão.

Para a Área Metropolitana de Lisboa foram anunciados ainda planos de realojamento de emergência para permitir "a separação de pessoas que estejam infetadas" e a continuação do fecho de áreas de consumo de comidas e bebidas ('food-courts') dos centros comerciais.

Nesta zona, a realização de feiras e a continuação da suspensão de lojas com mais de 400 metros quadrados estão dependentes de avaliação municipal e os veículos privados de transporte de passageiros têm lotação máxima de dois terços dos passageiros e uso obrigatório de máscara.

A área metropolitana integra os municípios de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

Portugal com 1.492 mortos e 35.306 infetados

Portugal regista hoje 1.492 mortes relacionadas com a covid-19, mais sete do que na segunda-feira, e 35.306 infetados, mais 421, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

Em comparação com os dados de segunda-feira, em que se registavam 1.485 mortes, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 0,5%. Já os casos e infeção subiram 1,2%.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo (13.608), onde se tem registado maior número de surtos, há mais 386 casos de infeção (+2,9%).

A situação de calamidade no país devido à pandemia de covid-19 vai continuar até ao final do mês de junho devido aos feriados, festejos dos santos populares e reabertura das fronteiras aéreas, anunciou hoje o primeiro-ministro.

Situação de calamidade vai continuar até ao final do mês de junho

"No conjunto do território nacional continuará a vigorar e até ao final do mês as regras atualmente em vigor, não porque se verifique uma alteração negativa do estado da pandemia, mas porque temos em conta que neste período se verifica a coincidência dos festejos tradicionais dos santos populares, a existência da abertura à Europa das fronteiras áreas aos países europeus no próximo dia 15 e também o elevado número de feriados", disse António Costa aos jornalistas no final da reunião do Conselho de Ministros que aprovou o Orçamento Suplementar.

O primeiro-ministro considerou que é "importante transmitir a mensagem que as medidas de confinamento não podem significar qualquer tipo de relaxamento quanto às regras de distanciamento, proteção individual e higienização".

"Se continuarmos a evoluir positivamente como tem estado a acontecer, a nossa previsão é que a partir do próximo dia 01 de julho possamos fazer uma alteração do estado de calamidade para o estado de contingência e porventura, em algumas regiões, como o Algarve e o Alentejo, para a situação de mero estado de alerta", avançou.

Nesse sentido, o primeiro-ministro apelou à responsabilidade de coletivamente se continuar a controlar a pandemia para que se consiga alcançar resultados positivos e que a 01 de julho se possa "dar este novo passo na evolução".

Portugal está em situação de calamidade desde 03 de Maio devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência durante 45 dias.