Autocarros da região de Lisboa fazem mais 4000 viagens a partir de agora

01-07-2020

A Área Metropolitana de Lisboa (AML) conta desde hoje com mais cerca de 4.000 viagens de autocarros, face à oferta registada em junho, permitindo que a capacidade fique a 90% da que existia no mesmo período do ano passado. Sintra, Cascais e Oeiras com oferta anunciada de 100%.

Em comunicado hoje divulgado, a AML, que tem funções como autoridade de transporte, avança que a partir de hoje a "oferta de transporte público rodoviário de passageiros na região metropolitana de Lisboa foi reforçada para mais de 90%, relativamente à existente no período pré-pandémico, o que se traduz, em termos concretos, num crescimento de cerca de 4.000 circulações por dia, face à oferta registada em junho".

Segundo a AML, a oferta configura "mais cerca de 57.000 quilómetros percorridos diariamente pelos transportes rodoviários na área metropolitana de Lisboa".

De acordo com o organismo, a Barraqueiro (Boa Viagem e Mafrense), que serve os concelhos de Vila Franca de Xira, Mafra, Sintra e Loures, tem procedido a reforços de oferta desde segunda-feira, 29 de junho.

Desde hoje, está a disponibilizar uma oferta idêntica à registada no período homólogo em 2019, com reforços substanciais nas ligações a Lisboa e a outros locais sem alternativa de serviço.

A JJ Santo António, Isidoro Duarte e Henrique Leonardo Mota, que servem os concelhos de Loures e Mafra, estão, desde dia 29, a praticar os horários não escolares, com uma oferta que, no caso da JJ Santo António, chega aos 100%.

Já a Rodoviária de Lisboa, que serve Loures, Odivelas e parte de Vila Franca de Xira e Amadora, apresenta, por sua vez, uma oferta média acima dos 90%.

Desde segunda-feira, tem procedido ao reforço dos seus serviços, "designadamente das carreiras e horários onde há registos de maior procura".

"Algumas destas carreiras têm uma oferta idêntica à que se registava antes da fase pandémica", lê-se na mesma nota.

A Scotturb, que serve o concelho de Sintra e as carreiras intermunicipais para Cascais e Oeiras, também oferece, desde hoje, 100% de reforço de oferta de rede, com especial atenção para os serviços que registavam maior procura, sendo assim a oferta idêntica à existente antes da pandemia.

De acordo com a AML, as carreiras 455 e 456 de Rio de Mouro para Cascais e Estoril estão a praticar horários reforçados que, pelo menos, são equivalentes à fase pré-pandémica e passaram a ser feitas com os veículos de maior dimensão.

A carreira 456 Rio de Mouro/Estoril está com um acréscimo de oferta na hora de ponta do período da manhã, com mais três circulações, face à oferta normalmente praticada, informa a AML.

Também a Vimeca/Lisboa Transportes, que serve os concelhos de Oeiras, Amadora e parte de Sintra, está a praticar desde hoje os horários normais nesta altura do ano, assegurando, assim, 100% da oferta.

Os TST -- Transportes Sul do Tejo, que servem a Península de Setúbal, estão também a proceder a um reforço global do serviço de transportes, tendo sido retomadas as ligações a Lisboa que ainda se encontravam suspensas.

A Área Metropolitana de Lisboa, os municípios e os operadores estão, de uma forma conjunta, a monitorizar os serviços oferecidos, "para procederem, em caso de necessidade, a reajustes na oferta", visando a prestação de um serviço público de transportes seguro e que vá ao encontro das necessidades de mobilidade da população da área metropolitana de Lisboa.

Hoje, a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) admitiu que tem havido sobrelotação nos transportes públicos de passageiros do país, com a passagem do estado de emergência para o de calamidade, devido à "avalanche" de utilizadores.

"Tem havido sobrelotação, nós temos recebido reclamações", disse esta manhã o presidente da AMT, João Carvalho, aos deputados da comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa.

"Não era previsível que acontecesse isto. [...] É uma coisa nova, estavam os serviços mínimos, de repente começa a avalanche de utilizadores de transportes", acrescentou.

Autoridade dos Transportes admite sobrelotação nos transportes públicos 

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) admitiu hoje que tem havido sobrelotação nos transportes públicos de passageiros do país, com a passagem do estado de emergência para o de calamidade, devido à "avalanche" de utilizadores.

"Tem havido sobrelotação, nós temos recebido reclamações", disse esta manhã o presidente da AMT, João Carvalho, aos deputados da comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República em Lisboa.

"Não era previsível que acontecesse isto. [...] É uma coisa nova, estavam os serviços mínimos, de repente começa a avalanche de utilizadores de transportes", acrescentou.

Segundo aquele responsável, a AMT, que regula e fiscaliza do setor dos transportes em Portugal, recebeu 400 reclamações relativamente ao transporte público de passageiros, entre o estado de emergência e o de calamidade, não só referentes a sobrelotação, mas também sobre questões de segurança e higiene.

"Se estamos a falar de segurança pública, no caso de máscara, há várias centenas de reclamações por pessoas não usarem máscaras nos transportes públicos", disse.

João Carvalho reiterou, porém, que hoje já há uma oferta de transportes públicos de 90% e que, no caso da Área Metropolitana de Lisboa (AML), a procura ainda está "muito baixa".

"O sistema de mobilidade e transporte, através daquilo que é possível dentro das Comunidades Intermunicipais (CIM), está gradualmente a responder. [...] Na ferrovia é diferente, porque não é de hoje para amanhã que se consegue equipamento", defendeu o presidente da AMT.

Quanto aos 94 milhões de euros de reforço para os transportes, previstos no Orçamento Suplementar, João Carvalho admitiu não ter a certeza de que seja suficiente.

"O financiamento dos transportes é essencial. Não sabemos, não temos a certeza se o financiamento existente de 94 milhões de euros será suficiente ou não para colocar a oferta nos 100%, temos dúvidas também. Vamos tateando e vamos vendo", afirmou.

Em relação ao Relatório de Atividades de 2019 da AMT, que ainda não é conhecido, João Carvalho adiantou que a entidade cumpriu aquilo a que se propôs em cerca de 90%, no ano em questão, e que a falta de recursos foi a razão para os cerca de 10% de incumprimento de objetivos.

"O balanço que faço é bastante positivo, apesar dos recursos que temos. [...] O país está a ter uma reforma enorme e extremamente positiva, em que as autoridades locais têm sido inexcedíveis, fantásticas", sublinhou.