Cascais promete apoiar feirantes, tenta manter mercados abertos e deixa de cobrar estacionamento
Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, discorda da decisão do governo de encerrar todas as feiras e mercados e anunciou que vai isentar de taxas os feirantes que exercem a sua atividade no concelho. Também o pagamento de parquímetros está suspenso até final do ano.

O edil de Cascais sublinha também que "está a trabalhar" no sentido de encontrar soluções alternativas afirmando que "tenho soluções que garantam a salvaguarda da saúde pública e sei que o governo estará sensível às mesmas.
"Estou consciente da situação que os feirantes vão passar com esta medida. Em Cascais são mais de 200 famílias que poderão vir a enfrentar situações de grandes dificuldades", sublinhou o autarca.
Pese embora a maioria dos que vendem nos mercados de Cascais não sejam residentes no concelho, o autarca informou que a Câmara está a "montar uma operação no sentido de garantir a aquisição de todos os produtos alimentares que as suas produções proporcionam, com vista a reforçar os programas de apoio alimentar à população".
"Não faz sentido estragar alimentos no momento em que cada vais famílias necessitam de apoio alimentar. Por maiores que sejam os obstáculos que se coloquem no caminho a nossa determinação e vontade é ainda maior" sublinhou Carlos Carreiras.
Desde domingo, 1 de novembro, está suspenso o pagamento de parquímetros em todo o concelho.
A medida irá estender-se até ao final do ano e é justificada com a necessidade de aliviar a pressão sobre os transportes púbicos. Abrangido está todo o estacionamento à superfície que seja regulado com parquímetros.
Nos mesmos meses de novembro e dezembro, a autarquia de Cascais decidiu também suspender as taxas mensais de estacionamento, que são cobradas a comerciantes e trabalhadores do concelho.
Áreas Metropolitanas querem autarquias a decidir sobre fecho das feiras
Eduardo Vítor Rodrigues e Fernando Medina, presidentes das áreas metropolitanas do Porto e Lisboa, respetivamente, pediram hoje à Direção-Geral da Saúde (DGS) esclarecimentos sobre a proibição das feiras, preferindo que o caso seja tratado a nível municipal.
"Eu e o Fernando Medina fizemos uma solicitação à Direção-Geral da Saúde (DGS) no sentido de perceber se há alguma razão técnica que possamos não estar a ver, porque se não houver, o que fará sentido é que cada município, de acordo com as suas circunstâncias, possa adaptar a medida", revelou o também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia no final da reunião daquela autarquia.
Cento e vinte e um municípios vão ficar abrangidos, a partir de quarta-feira, pelo dever cívico de recolhimento domiciliário, novos horários nos estabelecimentos e teletrabalho obrigatório, salvo "oposição fundamentada" pelo trabalhador, num conjunto de medidas que abrange as feiras e os mercados de levante, anunciou no sábado o primeiro-ministro António Costa, no âmbito do combate à propagação do novo coronavírus.
Eduardo Vítor Rodrigues precisou tratar-se de "uma apresentação genérica" o documento assinado pelos dois líderes políticos e hoje enviado ao Governo, reiterando que "só a resolução do Conselho de Ministros é que vai explicitar as condições de cada uma das medidas" anunciadas por António Costa.