Conhece as sequelas de uma Pneumonia?

12-11-2020

Uma Pneumonia pode deixar sequelas permanentes e até levar à morte. Todos os dias são internadas 81 pessoas com esta doença. 16 acabam por morrer. A maioria destes óbitos pode ser evitado. A vacinação antipneumocócica é a forma mais eficaz de o fazer. 12 de novembro é o Dia Mundial da Pneumonia.

Autor: Prof. José Alves, médico Pneumologista e presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão

Hoje, mais do que nunca, devemos apostar na vacinação contra doenças graves, sempre que possível: pela nossa saúde individual e pela de todos os que nos rodeiam. Optar pela vacinação é, também, investir em saúde pública, reduzir o número de internamentos e, desta forma, contribuir para diminuição da pressão nos serviços de saúde.

As pessoas sabem que a Pneumonia é uma doença grave e reconhecem que pode ter um desfecho fatal, mas poucos são os que têm consciência de que lhes pode, de facto, acontecer. Transversal à sociedade, e apesar de ser mais comum em determinados grupos e faixas etárias, a Pneumonia é imprevisível.

Falar de Pneumonia pode significar falar de mortes, de morbilidades e de sequelas graves como bronquiectasias - deformações dos brônquios -, o compromisso da função pulmonar, a permanência de tosse, expetoração ou uma sistemática falta de ar.

As boas notícias? Podemos preveni-las. Basta optar pela vacinação. A vacinação antipneumocócica está indicada a partir das seis semanas de vida. A sua eficácia está comprovada em todas as faixas etárias, incluindo na prevenção das formas mais graves da doença. Para as crianças e para alguns grupos de adultos, faz parte do Programa Nacional de Vacinação. A restante população tem uma comparticipação de 37%.

Grupos de risco como pessoas a partir dos 65 anos e quem, independentemente da sua idade, sofre de doenças crónicas, têm, da parte da Direção Geral da Saúde, particular recomendação para o fazer. Relembro que a vacinação deve ser uma prioridade em todas as fases da vida, especialmente idosos, pessoas com doenças crónicas como diabetes, asma, DPOC, outras doenças respiratórias crónicas, doença cardíaca, doença hepática crónica, doentes oncológicos, portadores de VIH e doentes renais.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a Pneumonia mata uma média de 16 pessoas por dia, uma pessoa a cada 90 minutos. Em 2018, foi responsável 43.4% das mortes por doenças do aparelho respiratório, 5.1% do total de óbitos no nosso País. A maioria poderia ter sido evitada através de imunização.

A pandemia que vivemos veio mostrar, uma vez mais, como somos frágeis. Enquanto o mundo espera uma vacina que teima em demorar, doenças graves como a Pneumonia têm forma de prevenção. Devemos, enquanto indivíduos, reforçar o nosso sistema imunitário, protegendo-o contra as doenças para as quais já existem vacinas e assim evitar a maioria dos internamentos. 

Façamos a nossa parte. Apostemos na prevenção.