Covid-19: Idosos com alta hospitalar já têm centro de acolhimento em Cascais
Cascais já possui 110 camas de para albergar idosos infetados com o COVID-19 mas que tiveram alta hospitalar por não apresentarem um quadro clínico de perigosidade vital.
Este posto de retaguarda, situado nas instalações da CERCICA, em S. Domingos de Rana, foi hoje, de manhã visitado pelo presidente do município, Carlos Carreiras acompanhado pela delegada de Saúde do concelho, Ana Sousa Uva e uma comitiva de profissionais de saúde e responsáveis do ACES de Cascais (Agrupamento dos Centros de Saúde).
"Com esta medida estamos a travar as bombas relógio que estavam a ser transportadas para dentro dos nossos lares e a criar uma cerca sanitária que evite que estes locais sejam um foco de contaminação de elevada letalidade", afirmou Carlos Carreiras no final da visita às instalações.
Além disso acrescentou o autarca, "por dever moral, por solidariedade intergeracional, porque estas pessoas não são números mas são gente com vidas e com histórias, é-nos exigida ação rápida e firme: Porque são os nossos pais e nossos avós"
O município de Cascais está a resolver esta situação em parceira e diálogo com o Hospital de Cascais e com a ARS de Lisboa e Vale do Tejo, abrindo uma solução pioneira em todo o país e que responde a um dos problemas mais graves e de elevada perigosidade no contexto da pandemia do COVID-19.
O SNS através das ARS locais está a enviar para casa os idosos infetados com o novo Corona vírus, mas que não apresentam quadros clínicos graves, como forma de criar condições para que os hospitais possam receber casos de maior gravidade. Esta situação está a generalizar-se um pouco por todo o país e a criar um problema na retaguarda pois estes locais de acolhimento tornam-se, num curto espaço de tempo num foco de contaminação, autênticas "bombas biológicas".
A CERCICA de Rana está em condições de receber os idosos que recebam alta hospitalar. Este centro de acolhimento possui 50 quartos, uma capacidade de 110 camas.
A Câmara Municipal de Cascais já contratou médicos e enfermeiros e abriu concurso interno e externo para voluntários para prestarem apoio aos idosos que vierem a ser acolhidos nestes centros e está a preparar mais 110 camas no CRID (Centro de Reabilitação e Integração de Deficientes), em Alcabideche.
Contudo, como sublinhou Carlos Carreiras, "numa área de saúde pública não pode uma autarquia responsabilizar-se pela política de saúde", pelo que o presidente do município está em contacto permanente com as autoridades de saúde com vista à contratação de uma chefia clínica para estes centros.