É a cozinhar e a ver séries na tv que os portugueses ocupam o tempo durante a pandemia

28-04-2020

As principais ocupações das famílias portuguesas durante a pandemia de covid-19 incluem assistir a filmes e a séries (64%) e cozinhar (50%), segundo um estudo do GroupM, hoje revelado.

"Ver filmes e séries lideram como as principais atividades 'em ecrãs' para manter o bom estado de espírito e representam 64% da ocupação das famílias. Seguem-se as pesquisas na internet (62%), as conversas ao telefone (47%) e a troca de mensagens em redes sociais (45%)", lê-se no estudo elaborado pela Marktest. Ainda entre as atividades "em ecrã" incluem-se o consumo de conteúdos em redes sociais (39%) e a publicação nas mesmas (20%).

Já cozinhar é a atividade caseira "que mais cativa os portugueses" (50%), seguida pela leitura (39%), bricolage e atividade física (ambas com 38%), redecorar a casa (26%), resolver quebra-cabeças (20%), meditar (10%) e fazer 'puzzles' ou tricô (ambas com 8%).

"Os portugueses afirmam que passaram agora mais tempo a organizar ou reorganizar a casa, a experimentar novas receitas, a brincar em família e a fazer bricolage. Por outro lado, o tempo passado ao ar livre é cada vez menor", apontou, citado em comunicado, o presidente executivo do GroupM, José Pedro Dias Pinheiro.

De acordo com o responsável da empresa de investimento em media, em relação à primeira vaga do estudo, realizada entre 31 de março e 02 de abril, atividades como "experimentar novas receitas" crescem 11 pontos percentuais (pp) e "fazer bricolage" sete pp, entre a população que referiu despender mais tempo nestas atividades.

Por outro lado, o estudo revelou que o número de pessoas que passou a fazer compras de medicamentos 'online' duplicou, que as compras de supermercado também 'online' avançaram 79% e que a opção por fornecedores com entregas ao domicílio progrediu 41%.

"Os portugueses mantêm os comportamentos de compra que já tinham, mas iniciaram ou reforçaram outros, que não exigem a sua saída de casa", sublinhou José Pedro Dias Pinheiro.

No que se refere aos conteúdos noticiosos, os programas de notícias da televisão são os mais procurados como fontes de informação (85%) e considerados os mais credíveis (65%).

As redes sociais, os vídeos 'online' e as aplicações são, por seu turno, as fontes nas quais os inquiridos menos confiam.

O estudo indicou ainda que os portugueses estão confiantes na superação do surto, mas menos otimistas.

Na primeira vaga de inquéritos, 47% acreditavam na recuperação, enquanto agora 40% estão confiantes, "com a região Norte a liderar as quebras e a revelar níveis de confiança baixos de otimismo".

A nível económico, 23% mostram-se otimistas no que se refere às finanças do agregado, enquanto, no que se refere à saúde económica do país, esta percentagem fixa-se em 17%.

Para a realização deste estudo a Marktest teve como base inquiridos com idade igual ou superior a 18 anos, residentes em Portugal continental e com acesso à internet.

O questionário 'online' foi aplicado, entre 17 e 20 de abril, a uma amostra de 513 pessoas.