Hospitais Fernando Fonseca, Beatriz Ângelo e de Setúbal são os mais pressionados
Os hospitais mais "pressionados" em Lisboa e Vale do Tejo são o Fernando Fonseca (Amadora), Beatriz Ângelo (Loures) e de Setúbal, com taxas de ocupação de 93%, 100% e 86%, respetivamente, revelou hoje o secretário de Estado da Saúde.

Na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde sobre a covid-19, António Lacerda Sales adiantou ainda que os "menos pressionados" são os hospitais de Lisboa Ocidental, com uma ocupação de 57%, o do Médio Tejo, com 26% e o de Lisboa Norte, com um valor entre os 75 e os 80%.
Questionado sobre o número de jovens infetados com o novo coronavírus internados e sobre os internados em cuidados intensivos, o governante não soube especificar, adiantando que "os serviços de saúde em Lisboa e Vale do Tejo não estão sob grande pressão" e que as unidades de cuidados intensivos apresentam "uma taxa de ocupação de 59%", ao passo que a taxa de ocupação nacional é de 63%.
"Em 218 camas estão livres 89", adiantou Lacerda Sales.
Quanto "ao conjunto de camas livres afeto à covid" na Área Metropolitana de Lisboa, Lacerda Sales disse que "está pouco abaixo dos 50%".
Relativamente a números nacionais, o secretário de Estado da Saúde revelou ser de 63% a taxa de ocupação em cuidados intensivos.
Das 531 camas "disponíveis" em cuidados intensivos, estão vagas 199, observou.
Quanto à "taxa de ocupação" nacional ligada à covid é de 21%.
Reforçadas unidades de saúde da Amadora, Sintra, Loures e Odivelas
Cerca de 20 profissionais vão reforçar unidades de saúde da Amadora, Sintra, Loures e Odivelas, anunciou hoje o secretário de Estado da Saúde, referindo que a Região de Lisboa e Vale do Tejo continua a exigir atenção relativamente à covid-19.
De acordo com António Lacerda Sales, as unidades de saúde em causa já "duplicaram a capacidade de realização de inquéritos epidemiológicos", uma ferramenta considerada crucial para identificar, isolar e quebrar cadeias de transmissão da covid-19.
"São mais cerca de 20 recursos humanos alocados a estes serviços", afirmou, especificando que são mobilizados profissionais de várias instituições, entre as quais a Escola Nacional de Saúde Pública, a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, a Cruz Vermelha Portuguesa, da Administração Regional de Saúde do Centro e a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa.
No grupo, encontram-se também médicos de formação geral dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Muitos destes profissionais vão começar esta semana, prevendo-se assim também assegurar a mesma capacidade de resposta durante o período de férias", acrescentou o governante durante a habitual conferência de imprensa para atualizar a informação relativa à pandemia de covid-19 em Portugal.
"Estamos a falar de focos. Como nos focos de incêndios, é preciso acudir com os meios disponíveis para evitar que a situação de alastre", disse.
O secretário de Estado indicou que a ocupação em unidades de cuidados intensivos é de 63%, dos quais 21% de doentes com covid.
No entanto, frisou, "uma coisa é a capacidade de resposta do SNS à pandemia e outra é a capacidade de a sociedade travar a propagação".
Lacerda Sales reiterou que o bem-estar coletivo continua a depender da responsabilidade individual: "Desconfinar não é relaxar, nem desresponsabilizar".
"Temos a obrigação de continuar a cuidar uns dos outros. Os mais novos têm a obrigação de proteger os mais velhos e os mais frágeis", declarou, referindo que o vírus que causa a covid-19 "ainda não passou", nem existe vacina, pelo que continua a existir risco para a saúde se não forem observadas as regras sanitárias.
O estado de calamidade vai manter-se em Odivelas e Amadora, assim como em algumas freguesias dos municípios de Lisboa, Loures e Sintra, independentemente da decisão a tomar para o território nacional, anunciou hoje o primeiro-ministro, após ter estado reunido com os presidentes dos cinco concelhos atualmente mais atingidos pela pandemia de covid-19: Lisboa, Loures, Odivelas, Sintra e Amadora.
Os cinco concelhos da região de Lisboa mais atingidos pela covid-19 concentraram metade dos novos casos de contágio verificados em Portugal nas últimas duas semanas, registando um aumento de 2.230 infeções.
Tendo por base os boletins divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) entre 07 e 21 de junho, os concelhos de Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra acumularam 50,2% do total de novos casos neste período em Portugal (4.440).
Portugal contabiliza pelo menos 1.534 mortos associados à covid-19 em 39.392 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).