Idosos da Abrunheira (Sintra) têm apoio em casa para compras e medicamentos

19-03-2020

Mesmo antes da declaração do Estado de Emergência por parte do Presidente da República, que obriga a população idosa a maior resguardo, já a Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos da Abrunheira (ARPIA) tinha montado um programa de apoio destinado a toda a população sénior daquela localidade sintrense.

Obrigada a fechar o seu Centro de Convívio, por onde passam diariamente várias dezenas de utentes, a ARPIA decidiu alargar o serviço que presta aos seus associados a toda a população idosa da Abrunheira, localidade da União das Freguesias de Sintra.

Desde o passado dia 13, duas funcionárias da Associação e alguns voluntários estão a fazer as compras do dia aos idosos que não podem sair de casa, alargando esse apoio domiciliário à aquisição de medicamentos.

Paulo Veríssimo, presidente da direcção da ARPIA, explica que, "mediante as recomendações do presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, sobre o Covid-19, nas quais nos revemos e concordamos inteiramente", não houve outra opção que não fosse o o encerramento do Centro de Convívio "pelo período estritamente necessário".

"Contudo, para que os nossos associados não se sintam desprotegidos, decidiu a direcção criar um serviço de apoio ao domicílio extensível à comunidade idosa da Abrunheira, disponibilizando as suas funcionárias para auxiliar nas compras de bens de primeira necessidade e medicação, para que nesta fase não se exponham a possíveis contágios", explica o responsável.   

Idosos com mais de 70 anos não podem sair à rua

Os idosos com mais de 70 anos e doentes crónicos só podem sair à rua em "situações excecionais" como ir ao banco, correios, centros de saúde, anunciou hoje o primeiro-ministro.

"Os idosos com mais de 70 anos e para pessoas que sofrem qualquer morbilidade é imposto um dever especial de proteção pelo qual só devem sair das suas residências em circunstâncias muito excecionais e quando estritamente necessárias", afirmou António Costa.

Segundo o chefe do executivo, só podem sair de casa para assegurar a aquisição de bens que necessitem ou para irem ao banco ou aos CTT tratarem, por exemplo, da sua reforma, para se deslocarem ao centro de saúde, para fazer pequenos passeios higiénicos ou para passear os animais de companhia.

"Fora desta situação, estas pessoas devem evitar a todo o custo para sua própria proteção qualquer deslocação para fora da sua residência", explicou António Costa à imprensa no final de uma primeira reunião do Conselho de Ministros que aprovou medidas que concretizam o estado de emergência em que Portugal se encontra desde as 00:00 de hoje e até 02 de abril.

Segundo o primeiro-ministro, "a experiência noutros países revela que são aqueles setores da sociedade que estão mais atreitos à contaminação pela doença", exigindo maior intervenção no internamento hospitalar e têm um mais elevado risco de mortalidade.