Iguarias portuguesas promovidas em livro sobre as nossas confrarias

15-04-2019

Duas colaboradoras da revista Sábado lançaram o livro 'Confrarias' depois de percorrerem 13 mil quilómetros, para registar as histórias detalhadas de 56 confrarias portuguesas em 250 páginas, com algumas das mais icónicas iguarias portuguesas.

Marisa Cardoso, a fotógrafa do projeto, disse em declarações à Lusa que "tudo começou em 2017 quando surgiu um trabalho, em agosto, sobre confrarias gastronómicas".

Esta reportagem durou um dia e levou à visita de quatro confrarias portuguesas na região Centro.

Durante esse trabalho, Marisa Cardoso e Ana Catarina André, autoras do livro, perceberam o quão "interessante era tudo o que envolve o universo das confrarias".

"A preservação das tradições e a promoção dos produtos locais e das iguarias", sublinhou, justificando assim o motivo pelo qual decidiram avançar com este projeto.

Aliando o texto à fotografia, as autoras procuraram acompanhar os processos inerentes à preparação de cada uma das receitas ou produtos referentes a cada local.

De acordo com a fotógrafa, este é um livro que valoriza a gastronomia nacional e o património cultural, com um maior número de confrarias portuguesas e onde existe "mais espaço" para contar as suas histórias de forma detalhada.

O projeto, que levou as autoras a percorrer cerca de 13 mil quilómetros, ao longo de seis meses, para conhecer 56 confrarias portuguesas e divulgar as receitas e produtos do nosso país, retrata as "memórias das várias associações", indicou.

Ana Catarina André, jornalista, referiu que, em cada texto, procurou sempre "destacar o que é mais inédito em cada uma das confrarias".

"Na 'Confraria do Queijo Rabaçal' [que é um queijo da zona centro], contei a história da introdução do coalho artificial neste queijo", exemplificou.

Outro dos exemplos surge na 'Confraria da Pateira', onde além de descrever os seus pratos típicos, a jornalista procurou referir que na "Pateira de Fermentelos [que é a maior lagoa natural da Península Ibérica], é possível encontrar peixes com mais de um metro".

De acordo com Ana Catarina André, no livro "existe um conjunto de pormenores que, jornalisticamente, enriquecem a história e ajudam as pessoas a perceber as particularidades destes locais e produtos".

Entre outros exemplos também mencionados pela autora, é destacado o "trabalho notável de preservação dos produtos" por parte das confrarias.

O Butelo com Casulas [prato típico de Trás-os-Montes], que "era um prato que estava quase a desaparecer" e que, há uns tempos, "quem fosse visitar o local teria de encomendar o prato com 15 dias de antecedência", hoje, "com o grande trabalho de promoção e divulgação por parte da confraria, se alguém for a Bragança, pode comer este prato", explicou.

"Este é um livro que está centrado no trabalho que as confrarias gastronómicas fazem na preservação destes produtos e alia a história do produto à história da confraria", esclareceu a autora.

Esta edição de autor contou com a colaboração da Federação Portuguesa de Confrarias Gastronómicas (FPCG) e tem o preço de 25 euros.