Laboratório comunitário: Programa FatorC acelera transformação de Cascais
Nas freguesias de Alcabideche e São Domingos de Rana serão criados 68 postos de trabalho até 2023, com 2,7 milhões de euros de investimento nas duas freguesias. São 61 projetos acompanhados que envolvem 47 entidades públicas, organizações da economia social e empresas privadas como parceiros do FatorC.

A experiência do Laboratório Comunitário que o Programa FatorC esteve a dinamizar nos últimos 4 anos em Cascais, foi o mote para o ciclo de conferências Cascais Conecta promovido estes dias com o apoio da Câmara Municipal de Cascais e das juntas de freguesia São Domingos de Rana e de Alcabideche na Casa das Histórias, com transmissão online.
No encerramento, o presidente do município Carlos Carreiras sublinhou: "Cascais tem uma marca de inclusão, de proximidade e de aproveitamento de todas as potencialidades locais. Temos no nosso ADN o apoio ao empreendorismo local e é isso que faz de nós um concelho resiliente, dinâmico e ativo."
O FatorC está a trabalhar com 47 entidades do concelho de Cascais na implementação de um Programa DLBC, focado no reforço da coesão territorial das duas freguesias.
Joana Mendonça, diretora executiva do FatorC destacou o facto de este trabalho colaborativo ser um dos fatores determinantes do sucesso do programa.
Caroline Callens, a Chefe da Unidade Geográfica Portugal e Espanha da Comissão Europeia levantou um pouco o véu em relação ao próximo programa 2021-2027, referindo que será baseado no conceito e nova política "Europe closer to citizens" com novos investimentos com o recado que os DLBC têm que crescer colocando em primeiro lugar a inclusão social.
O Vereador Frederico Pinho de Almeida referiu que nestes programas como o FatorC é possível ver as mudanças nos territórios em que intervêm. Sublinhou que é preciso quebrar os ciclos de pobreza e continuar a promover a empregabilidade dos munícipes.
No painel dedicado ao trabalho em rede e às boas práticas de cooperação entre o setor social e empresarial, a presidente do GRACE, Margarida Couto afirmou que "esta é uma boa altura para as empresas serem atraídas para iniciativas de impacto local" que ajudem a resolver os problemas das comunidades".
O debate contou com a participação de três empresários locais, de projetos que surgiram em plena crise financeira de 2011/12. Cristina de Botton do negócio social Cozinha com Alma, João Benedito da Personal Line e Paulo Cruz da Merenda Portuguesa foram unânimes de que a adaptabilidade é flexibilidade. A moderadora Margarida Vaqueiro Lopes realçou a resiliência e proatividade destes projetos ao encontrarem soluções em tempos tão conturbados.
No painel sobre a colaboração entre investidores e empreendedores concluiu-se haver ainda um caminho a percorrer para melhorar a colaboração entre todos. Para Nuno Brito Jorge, Co-Fundador da Go Parity, "tem de haver uma vontade muito forte para fazer uma parceria acontecer, uma cultura de empatia de parte a parte" e mais ousadia de quem quer financiamento. Por seu lado, o Business Angel Paulo Andrez lembrou que há que considerar também soluções que podem passar por explorar "sinergias e parcerias com as Câmaras Municipais ou com as Grandes Empresas".
Os desafios da transição digital para as empresas estiveram em foco na última sessão do Cascais Conecta. Como é que Portugal se está a posicionar neste campo e o que podemos também esperar nesta frente, em Cascais? Responderam a estas e outras perguntas, Marco Espinheira, Diretor do Futuro no Município, Arthur Jordão, Assessor do Secretário de Estado para a Transição Digital e Nuno Vargas, que tem um percurso profissional que passa pela Universidade de Standford e pelo Facebook.
A tecnologia é uma ameaça aos empregos atuais? Que competências é preciso desenvolver? Nesta sessão contámos com Andreia Barbosa, Pedro Brinca e Paula Marques. Paula Marques referiu a via da junção do humano e do tecnológico na forma de biotecnologia e que é preciso criatividade. Andreia Barbosa fez uma introdução à economia circular como forma de redesenhar as nossas atividades. O académico Pedro Brinca referiu o ReSkill Hub Cascais como exemplo do projeto liderado pelo município na requalificação de pessoas e empresas.