Ténis: Lisboa Belém Open com a melhor edição de sempre em perspetiva
A terceira edição do Lisboa Belém Open apresenta a sua melhor lista de inscritos de sempre e oferece um desafiante confronto entre as "velhas raposas" do circuito profissional e os "jovens lobos" esfomeados de conquistar o seu lugar ao sol.
Com 46.600 euros em prémios monetários, o mais importante torneio de ténis do concelho de Lisboa disputa-se de 13 a 19 de maio, nos míticos courts do CIF - Club Internacional de Foot-Ball, no Restelo.
O Lisboa Belém Open é organizado pela MP Ténis e pela Unisports, em parceria com a Federação Portuguesa de Ténis e o ATP Tour, com os determinantes apoios da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Belém, beneficiando ainda de um conjunto de patrocinadores que acreditaram no projeto desde o início.
O mais antigo torneio de ténis português no calendário do ATP Challenger Tour traz, pela primeira vez, um jogador do top-60 mundial, o francês Adrian Mannarino, um vice-campeão da Taça Davis no ano passado.
Tal como na sua primeira edição, volta a oferecer dois top-100 do ranking do ATP Tour, graças à presença do argentino Guido Andreozzi; e apesar de elevar o número de participantes, de 32 para 48, o aumento quantitativo foi acompanhado de uma subida qualitativa, ao ostentar o melhor cut-off destes três primeiros anos.
Se Adrian Mannarino, com as suas seis finais disputadas em torneios do ATP Tour, uma das quais de categoria 500, é a grande figura e o primeiro cabeça de série, depois de ter beneficiado de um convite ("wild card") do promotor e diretor de torneio, Manuel de Sousa, há outros grandes vultos que lhe fazem sombra.
A começar pelo prestigiado campeão do ano passado, o espanhol Tommy Robredo, que regressa para tentar defender o título, sempre com a mesma ambição aos 37 anos, como se ainda tivesse de provar alguma coisa, do alto do seu fabuloso palmarés de 12 troféus do ATP Tour.
A rivalizar em destaque mediático com Mannarino e Robredo, estão dois portugueses com entrada direta no quadro principal, Pedro Sousa e João Domingues, ambos atletas do CIF.
Pedro Sousa, aos 30 anos, tornou-se este ano no mais velho jogador português de sempre a entrar pela primeira vez no top-100 mundial, um objetivo de longa data. Este ano é o terceiro cabeça de série, esta semana na 105.ª posição ATP, e regressa com as ambições naturais de quem foi quartofinalista na primeira edição e semifinalista no ano passado. A lesão (entorse) sofrida no Clube de Ténis do Estoril há duas semanas impediu-o de defender o título do Braga Open que se disputa esta semana, pelo que o CIF marca o seu regresso à competição.
João Domingues também fez história este ano ao tornar-se apenas no segundo português (depois de João Sousa em 2018) a chegar aos quartos de final do Millennium Estoril Open, em cinco anos desse torneio luso do ATP Tour. Um resultado que permitiu-lhe regressar ao top-200 mundial.
Para além de Pedro Sousa e João Domingues haverá mais portugueses em prova graças a convites atribuídos por Manuel de Sousa, em consonância com os objetivos e as indicações da Federação Portuguesa de Ténis.
Gastão Elias, um antigo top-60 mundial, está de volta e procura reencontrar-se com as suas melhores exibições depois de uma primeira metade da época em que não pode competir tanto quanto desejaria.
Tiago Cação deseja provar a aposta que tem sido feita nele pelo Centro de Alto Rendimento - Jogos Santa Casa da FPT, num percurso ascensional que o levou já a seis finais de torneios da categoria Future desde o início do ano passado.
Frederico Silva, fustigado por lesões, acaba de regressar à competição depois de uma circurgia para remover uma hérnia. O internacional português da Taça Davis, antigo n.º6 mundial de sub-18, tem 15 títulos de Futures na carreira, 5 dos quais averbados no ano passado antes da lesão.
Com Pedro Sousa, João Domingues, Gastão Elias e "Kiko" Silva estarão no CIF os jogadores que mais têm ladeado o n.º1 português João Sousa na selecção nacional da Taça Davis.
A qualidade dos inscritos do Lisboa Belém Open de 2019 é tal que só essa subida de João Domingues para o 185.º posto ATP garantiu-lhe um lugar entre os 16 cabeças de série, fazendo com que fique isento da primeira ronda.
Os 16 pré-designados são os seguintes: Adrian Mannarino (França/56.º ATP), Guido Andreozzi (Argentina/92.º), Pedro Sousa (Portugal/105.º), Alexei Popyrin (Austrália/111.º), Bjorn Fratangelo (Estados Unidos/141.º), Pedro Martinez (Espanha/146.º), James Duckworth (Austrália/154.º), Marcos Giron (Estados Unidos/157.º); Facundo Bagnis (Argentina/159.º), Lorenzo Giustino (Itália/161.º), Alessandro Giannessi (Itália/164.º), Filip Horansky (Eslováquia/166.º), Mitchell Krueger (Estados Unidos/170.º), Enrique Lopez Perez (Espanha/172.º), Quentin Halys (França/176.º), João Domingues (Portugal/185.º).
Com os oito primeiros cabeças de série entre os primeiros 160 do ranking mundial e todos os 16 pré-designados dentro do top-190, trata-se de um Challenger fortíssimo, mas há outros dados que o comprovam.
Em 2019, o último jogador a entrar diretamente no quadro principal é Viktor Troicki, como 237.º no ATP Tour. No ano passado fora Lukas Rosol, com a cotação 258.º e em 2017 esse posto foi ocupado por Prajnesh Gunneswaran, então 274.º. É, de longe, o melhor cut-off de sempre.
Entre os 48 jogadores, temos, pelo menos, 29 que já ganharam Challengers, entre os quais os portugueses Gastão Elias (7), Pedro Sousa (5) e João Domingues (1).
E se contarmos apenas com 2019, mesmo assim, há cinco campeões de torneios este ano: Marcos Girón em Orlando (bateu Gastão nas meias-finais), Mitchell Krueger em Dallas, James Duckworth em Banguecoque, Enrique Lopez Perez em Zhuhai e Marc Pollmans em Zhangjiagang.
A lista de inscritos enriquece-se também por jogadores que fazem parte dos anais da história do ATP Challenge Tour em algumas estatísticas distintas:
O norte-americano Marcos Giron é o quarto com melhor registo de encontros ganhos e perdidos em 2019 nesta segunda divisão mundial, com 20 vitórias e apenas 7 derrotas, uma percentagem de 74,11.
O japonês Go Soeda é o terceiro jogador com mais encontros ganhos na história do ATP Challenge Tour, com 372 vitórias e 210 derrotas, e aparece também como o quinto tenista com mais títulos de Challengers, num total de 18!
Finalmente, o espanhol Daniel Gimeno Traver é um dos raros seis tricampeões de um mesmo torneio neste circuito, ao vencer em Sevilha em 2011, 2012 e 2013.
Soeda e Gimeno Traver integram o lote de dez "trintões" presentes, desejosos de sucederem ao mais velho jogador da prova, Tommy Robredo, como campeões do Lisboa Belém Open, mas o bonito confronto de gerações a que a curta história do Lisboa Belém Open já nos habituou faz com que estes experientes gladiadores sejam desafiados pela intravável renovação do circuito.
Há um ano, Alex de Minaur e Felix Auger Aliassime competiram no CIF e fizeram as delícias de todos quantos apreciam a chamada Next Gen do ATP Tour. Um ano depois, o australiano e o canadiano são top-30 mundiais.
Em 2019 há três jogadores de sub-22, entre os quais um Next Gen no top-11 da Corrida para Milão, ou seja, bem na luta pelas sete vagas das Finais da Next Gen em Milão, em novembro. Trata-se do australiano de origem russa Alexei Popyrin 11.º na "Race2Milan".
Tem apenas 17 anos e, ainda mais jovem, em 2017, brilhou no circuito mundial de juniores, ao atingir a segunda posição do ranking mundial de sub-18, ganhando um torneio do Grand Slam, em Roland Garros.
Na semana passada foi alvo de um enorme mediatismo no Clube de Ténis do Estoril, por ter dado muito que fazer a João Sousa na primeira ronda.
Estão reunidos os ingredientes para um grande espetáculo de ténis no Lisboa Belém Open, torneio que oferece uma diversidade de atletas de, pelo menos, 16 nacionalidades diferentes, um aspeto importante para a promoção do turismo local.