Loures cria plano para combater riscos das alterações climáticas como cheias e incêndios
O aumento da ocorrência de cheias e de fogos florestais são os maiores riscos decorrentes das alterações climáticas no concelho de Loures, no distrito de Lisboa, que apresentou um plano municipal para mitigar esses efeitos.

O Plano de Ação Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas do concelho Loures (PAMAAC-LRS), no distrito de Lisboa, prevê um total de 85 ações e terá um horizonte temporal de cinco anos.
O vice-presidente da autarquia, Paulo Piteira (CDU), referiu que o PAMAAC-LRS surge de um compromisso assinado pelos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa e que "terá em conta as especificidades de cada território".
"Cada um dos 18 municípios, atendendo às suas especificidades, ficou de fazer o seu próprio plano para dar resposta a este grande desafio que temos pela frente [alterações climáticas]. Ou tomamos medidas a tempo para mitigar algumas situações ou as consequências serão absolutamente dramáticas", alertou.
Paulo Piteira referiu que, no caso do concelho de Loures, um dos maiores riscos decorrentes das alterações climáticas é o aumento da ocorrência de cheias e de desabamentos, tendo sido identificados por este plano 556 habitações em risco de cheia e 2.880 construções sensíveis à instabilidade das terras.
"Nós temos uma bacia hidrográfica, que é a do Trancão, que numa situação de quantidade de chuva em curto espaço de tempo e em efeito conjugado com a maré ditará sempre inundações", apontou.
A regularização, limpeza e desobstrução das linhas de água é uma das principais ações que a Câmara Municipal de Loures já está a implementar para minimizar e mitigar a ocorrência destes fenómenos.
"Nós precisamos de aumentar a nossa capacidade de conseguir resistir a uma coisa que ocorre de forma periódica no nosso território e que agora, com as alterações climáticas, pode vir a ter uma cada vez maior violência. Boa parte das ações já está a ser feita e agora vai ser potenciada", sublinhou.
A redução dos risco e exposição a incêndios florestais é outro dos grandes objetivos deste plano, que identificou 303 zonas sensíveis a fogos, sendo a recuperação e o reforço das galerias ripícolas uma das principais ações para combater este fenómeno.
O PAMAAC-LRS contempla ainda medidas que visam o aumento do conforto térmico e da eficiência energética no parque habitacional e nos edifícios e equipamentos públicos e privados e também a preservação da paisagem e da biodiversidade, prevendo o reforço da estrutura verde municipal e de modos de transporte suaves.
"É uma questão central do nosso tempo. Todos os dados que vamos ouvindo apontam para um agravamento significativo dos fenómenos climatéricos extremos. Portanto, é tempo de agir!", atestou.