Milhares de pessoas em Mafra para assistir ao concerto inaugural do restauro dos carrilhões

03-02-2020

Milhares de pessoas reuniram-se no Terreiro D. João V para assinalar o restauro dos carrilhões do Real Edifício de Mafra, que constituem o maior conjunto sineiro do século XVIII existente em todo o mundo. 

Do programa do concerto inaugural fez parte o Hino Nacional tocado pelo carrilhanista mafrense Francisco Gato, a estreia da peça "Requiescat in pace Bizarro", interpretada pelo Grupo de Sineiros Levache, e ainda "As Quatro Estações", executadas a quatro mãos pelo português Abel Chaves e pela belga Liesbeth Janssens. A ministra da Cultura enalteceu hoje o restauro dos sinos e dos carrilhões do Palácio de Mafra, um "dia importante para o património", perante milhares de pessoas, que assistiram ao seu concerto inaugural.

Os sinos e os carrilhões do Palácio de Mafra vão tocar a partir de 01 de fevereiro, após obras de restauro, depois de os primeiros sinais de deterioração surgirem a 11 de setembro de 2001, remetendo-os ao silêncio. Os 119 sinos e os dois carrilhões ficaram sujeitos a um "silêncio forçado" durante 20 anos, à espera de obras de requalificação e "presos" por andaimes desde 2004, 23 de janeiro de 2020. 

"É um dia muito feliz e muito importante para o património de Portugal, que é hoje da humanidade", afirmou Graça Fonseca na sessão solene de inauguração da obra de restauro.

"Este investimento garantiu a operacionalidade do carrilhão da torre sul e assim devolveu ao Palácio Nacional de Mafra o seu papel ímpar a nível mundial no campo dos instrumentos musicais integrados em património arquitetónico", sublinhou.

A governante frisou que o investimento de "quase dois milhões de euros "insere-se num projeto que, através da música, procura ampliar e potenciar novos diálogos com o património cultural edificado", tornando-o visitável.

Ao concerto inaugural assistiram milhares de pessoas em frente ao Palácio Nacional de Mafra. O município distribuiu cerca de cinco mil bancos em cartão, que esgotaram, e havia 700 convidados sentados, de acordo com fonte autárquica.

Os sinos e os carrilhões do Palácio de Mafra, no distrito de Lisboa, voltaram hoje a tocar, após obras de restauro, depois de os primeiros sinais de deterioração surgirem a 11 de setembro de 2001, remetendo-os ao silêncio.

Os 119 sinos e os dois carrilhões ficaram sujeitos a um "silêncio forçado" durante 20 anos, à espera de obras de requalificação e "presos" por andaimes desde 2004.

"Espero que os carrilhões e também os órgãos não se calem mais e nos propiciem concertos fantásticos", referiu o presidente da câmara de Mafra, Hélder Sousa Silva.

A empreitada de reabilitação iniciou-se em maio de 2018 e terminou em dezembro de 2019, representando um investimento de 1,7 milhões de euros, devolvendo este património único e permitindo iniciar um programa de concertos a cada domingo.

O financiamento suplementar oriundo do Turismo de Portugal permitiu ainda pôr em funcionamento os sinos das horas.

Os dois carrilhões e os 119 sinos, repartidos por sinos das horas, da liturgia e dos carrilhões, constituem o maior conjunto sineiro do mundo, sendo, a par dos seis órgãos históricos e da biblioteca, o património mais importante do Palácio Nacional de Mafra, classificado como Património Cultural Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, no passado mês de julho.

Estima-se que os sinos mais pesados tenham 12 toneladas.

Os carrilhões de Mafra foram classificados como um dos "Sete sítios mais ameaçados na Europa", pelo movimento de salvaguarda do património Europa Nostra.