Não atrase a vacinação. A prescrição eletrónica pode ser uma solução

01-03-2021

Preocupado com os expectáveis atrasos no cumprimento do Programa Nacional de Vacinação e das as vacinas extra-Plano, agora que entrámos em novo confinamento, o Movimento Doentes pela Vacinação deixa o alerta - é fundamental que não se atrase a vacinação. 

Consciente de que a deslocação física para ter acesso a uma consulta pode ser um entrave, o MOVA lembra que, em muitos casos, médicos e utentes podem optar pela teleconsulta e pela prescrição eletrónica, reforçando que o cumprimento de procedimentos como a vacinação é fundamental para evitar o aparecimento de doenças graves como o sarampo, a meningite ou a tuberculose.

"As pessoas estão a evitar deslocar-se. Sempre que possível, devemos assegurar que conseguem manter as suas rotinas de saúde, de forma segura e informada. É fundamental que a população compreenda os riscos de uma quebra na vacinação e que a procure evitar recorrendo a ferramentas eficazes como a teleconsulta e a prescrição eletrónica", explica Isabel Saraiva, fundadora do MOVA. 

"Uma vez prescrita a vacina terá então de haver deslocação para fazer as mesmas, mas o processo ficou significativamente mais curto e mais seguro. ", continua. "Devemos optar sempre pela segurança, mas não podemos viver a medo. As unidades de saúde estão preparadas para ministrar as vacinas em segurança. Relembro que existem muitas outras doenças graves que são preveníeis através de vacinação, como o sarampo ou a meningite. Felizmente podem ser evitadas", conclui.

Para o pediatra Hugo Rodrigues, "é importante reforçar a ideia de que as outras doenças não deixaram de existir por causa da COVID-19. E ignorar este facto é extremamente arriscado é perigoso". 

O autor de Pediatria para todos® considera as vacinas um dos maiores avanços da medicina moderna. "Colocar em causa todos esses ganhos é irresponsável, mesmo que seja com boa intenção", conclui.

É cada vez mais importante investir na prevenção, seja através do PNV ou de vacinas recomendadas pelos médicos assistentes. A vacinação previne doenças como o sarampo, a tosse convulsa, o tétano ou a meningite. 

A Direção-geral da Saúde reforçou, no início da pandemia, que até aos 12 meses de idade, inclusive, as crianças devem cumprir atempadamente a vacinação recomendada, imunização que confere proteção precoce contra onze doenças potencialmente graves. Aos 12 meses, as vacinas contra o meningococo C e contra o sarampo, papeira e rubéola são extremamente importantes. Situações epidemiológicas como a do sarampo, por exemplo, não nos permitem adiar esta vacina.

Não esquecer também que a vacina contra a tuberculose (a BCG) continua a estar no PNV consoante a avaliação de risco.

Outro caso preocupante, é o da meningite, uma infeção grave, e potencialmente fatal. Qualquer pessoa a pode contrair, mas as crianças pequenas e os adolescentes correm maior risco. 

Aos pais e encarregados de educação, a fundadora do MOVA, Isabel Saraiva, deixa um pedido "Pelo bem dos vossos filhos e da comunidade, apostemos na prevenção. Mais do que o ato individual, a vacinação é um ato de proteção pública".