Oeiras transforma casa de quinta centenária em residência para cientistas

31-07-2020

A Casa da Quinta dos Sete Castelos, em Santo Amaro de Oeiras, vai ser restaurada e reabilitada. O objetivo é recuperar aquele significativo património arquitetónico, respeitando as suas características originais mas dotando-o de condições atuais de conforto para se tornar numa residência para cientistas (doutorados e pós-doutorados), que estejam a trabalhar em Institutos de Investigação no Concelho de Oeiras. 

O lançamento da empreitada decorrerá em setembro do presente ano, prevendo-se o início da obra no terceiro trimestre de 2021, num investimento orçado em cerca de 3.100.000,00 euros.

Para a realização desta empreitada, que se insere no âmbito da política municipal de recuperação do património histórico e cultural concelhio, a Câmara Municipal de Oeiras aprovou a abertura de um procedimento pré-contratual por concurso público, cujo preço base é de €2.800.000,00 (+IVA), sendo o prazo de execução de 365 dias. Atendendo ainda ao preço base previsto para este procedimento, o contrato a celebrar, decorrente do mesmo, deverá ser submetido à fiscalização prévia do Tribunal de Contas.

Após a requalificação dos jardins desta Quinta centenária, já reabertos ao público, é agora a vez de serem recuperadas a Casa e a Capela, um conjunto edificado e significativo, com identidade própria e detentor de uma memória local.

Serão conservados os elementos mais significativos do edifício, nomeadamente fachadas, estruturas e guardas em ferro, painéis de azulejos, bem como, outros elementos decorativos e estruturais notáveis como a claraboia. A pequena construção fronteira à casa (estufa) terá uma nova cobertura e será feito o restauro da fonte, junto ao alçado principal da casa e a casa de fresco. O objeto impulsor consiste em devolver à comunidade as edificações e suas dependências, sob o ponto de vista histórico e formal.

Pretende-se estabelecer um compromisso, de integração das formas herdadas da história com os usos e modos de vida contemporâneos, permitindo assim criar condições de habitabilidade, de modo a tornar estas edificações viáveis face aos atuais níveis de conforto exigidos, mantendo-se a geometria e a morfologia.

Neste conjunto edificado merece particular destaque e atenção os azulejos existentes, no interior e no exterior da capela, provenientes da fábrica "Viúva de Lamego", desenhados pelo aguarelista João Alves de Sá, cujas silhas deverão ser restaurados por técnicos especializados e completados, cujo conceito assenta no estabelecimento de uma ligação iconográfica, bem como, numa integração visual do conjunto.

A par da abertura do concurso, o Executivo Municipal também aprovou a Minuta do Anúncio do Concurso a publicar no "Diário da República" e designou o Júri do procedimento e os técnicos procedimentais.