Periferias: No seu 10.º aniversário, festival reinventa-se e celebra artes performativas nas quatro estações do ano
Periferias 4 Estações arranca com a Primavera nos dias 18 a 21 de março. Primeiro momento do Festival de artes performativas leva a cultura a casa através de espetáculos online.

Face ao contexto atual e às possibilidades trazidas pelo mundo digital, o festival de artes performativas Periferias, organizado pelo Chão de Oliva - Centro de Difusão Cultural, está de regresso e, no ano em que celebra 10 anos, reinventa-se para estar presente nas quatro estações do ano. O primeiro momento do Periferias - Quatro Estações decorrerá em modo online entre os dias 18 e 21 de março em jeito de prelúdio da Primavera.
Durante quatro dias, o Periferias Primavera levará uma programação diversificada a espectadores de todas as idades, na segurança das suas casas, com espetáculos de teatro, poesia, música e conversas que promovem momentos de reflexão.
As cortinas abrem dia 18 com a peça Bazuca News, do grupo artístico portuense Teatro da Palmilha Dentada, que decorre no disfuncional ambiente dos encontros em Zoom e recria uma entrevista dirigida pela "jornalista Maria Catarro" ao "ministro do ambiente", num ambiente humorístico, no qual os espectadores são convidados a interagir virtualmente com os atores.
No dia 19, o convite é para embarcar n'Uma viagem pelo Mundo da Poetry Slam (Sintra), um encontro de poesia que contará com convidados de vários pontos lusófonos e europeus, como Itália, Guiné e Angola.
No dia 20 as Conversas Periféricas, em sessão virtual, contam com alguns criadores, programadores e representantes de entidades nacionais, bem como uma nova associação de várias estruturas de Artes Performativas - Descampado -, para uma conversa sobre o futuro e a importância de trabalhar em rede.
Na noite de dia 20, o festival recebe a estreia nacional da peça O Triciclo, uma das peças mais emblemáticas de Fernando Arrabal, encenada pela companhia lisboeta Ninguém Teatro, que conta a história de um grupo de marginais que tentam sobreviver numa sociedade desigual, hierarquizada, moral e politicamente opressiva, num desafiante jogo de sobrevivência e de procura da felicidade.
Já no dia 21, os olhos dos mais novos podem deslumbrar-se com o espetáculo PaPI-Opus 8, da Companhia de Música Teatral de Famalicão, uma viagem virtual ao mundo dos pássaros que envolve teatro, música e muito movimento. Na tarde do domingo, o Periferias celebra ainda o Dia da Marioneta com duas Conversas Periféricas sobre a Arte das Marionetas: num primeiro momento com lançamento do livro "Marionetas e Formas Animadas - Teorias e Práticas", dos autores Miguel Falcão e Catarina Firmo (coord.), que se apresenta como resposta ao apelo de revalorização das marionetas e formas animadas; e um segundo, em parceria com a Unima - Portugal, que convida os espectadores a participar num diálogo aberto e curioso totalmente dedicado ao tema do teatro contemporâneo de marionetas, sobre o seu potencial e perspetivas futuras.
Por fim, o Periferias Primavera encerra a estação com um concerto único e intimista do músico NBC, que apresentará o álbum Epiderme, criado a solo durante o confinamento.
"Num ano desafiante para o mundo da cultura e em que todos precisamos de algum ânimo, não podíamos deixar de celebrar, com pompa e circunstância, os 10 anos de vida do Periferias. Como tal, optámos por dividir o festival em quatro momentos e adotar um modelo híbrido, com o sentido de responsabilidade que o atual contexto exige. Na primavera estaremos juntos, no Zoom, em direto, ou em transmissão nas diversas plataformas, a debater o presente e o futuro do teatro e das artes performativas na sua relação com as tecnologias; a refletir sobre as questões emergentes da nossa contemporaneidade, que tanto nos preocupam; a discutir como é que a arte estimula os indivíduos a apropriarem-se do mundo para transformá-lo e repensar as relações humanas", explica o presidente da direção do Chão de Oliva, Nuno Correia Pinto.
Após os espetáculos de Primavera, os restantes momentos do ano acompanharão o regresso à normalidade com diferentes formatos. No verão, o festival sai à rua e no outono e inverno abrirá de novo as cortinas das salas de espetáculo com uma programação em sala.
A programação inclui espetáculos pagos e com entrada livre. O preço dos bilhetes de alguns dos eventos situa-se nos 5€, havendo descontos disponíveis para grupos, jovens, entre outros, sendo que este valor reverterá para associações culturais, com o objetivo de apoiar artistas durante o contexto atual.
A informação sobre as condições de acesso aos espetáculos será disponibilizada nas redes sociais e no site do Chão de Oliva. O festival foi criado em 2012 pelo centro de difusão cultural Chão de Oliva e conta com o apoio da Câmara Municipal de Sintra.
Espetáculos e Atividades
Dia 18/03 | Bazuca News | TEATRO DA PALMILHA DENTADA | Horas: 21:45
Dia 19/03 | Uma viagem pelo Mundo da Poetry Slam Sintra - Poesia Performativa | POETRY SLAM | Horas: 21:45
Dia 20/03 | Conversas Periféricas: Para que serve uma rede? | INTERVENIENTES CONVIDADOS | Horas: 16:00
Dia 20/03 | Triciclo/Fernando Arrabal | NINGUÉM TEATRO | Horas: 21:45 ESTREIA
Dia 21/03 | PaPI-Opus 8 | COMPANHIA DE MÚSICA TEATRAL | Horas: 11:00
Dia 21/03 | Conversas Periféricas: A Arte das Marionetas em celebração | INTERVENIENTES CONVIDADOS | Horas: 16:30
Dia 21/03 | Solo - Epiderme | NBC | Horas: 21:45
Sobre o Chão de Oliva
Fundado em 1987, o Chão de Oliva - Centro de Difusão Cultural (CO) é uma associação cultural sem fins lucrativos, reconhecida como entidade de utilidade pública em 1999.
Com sede na Casa de Teatro de Sintra, apoia a sua atividade em três eixos estruturantes: Criação Teatral, Programação Cultural e Serviço Educativo. Em 1990 fundou a Companhia de Teatro de Sintra, a primeira companhia profissional do concelho e hoje a mais antiga, e em 2002, o Fio d'Azeite, um grupo profissional de marionetas.
Ao longo dos anos foi responsável pela organização de alguns dos maiores eventos culturais no concelho de Sintra, tendo recebido em 2007 a Medalha de Mérito Cultural pela Câmara Municipal de Sintra, e é continuamente reconhecida pelo Ministério da Cultura desde 1994.
Tem mantido no decorrer da sua existência, a oferta de cursos de iniciação teatral e workshops abertos a profissionais e não-profissionais. Nos últimos anos, tem consolidado um Serviço Educativo através da oferta formativa, mas também de projetos comunitários e de arte participativa.
Para o desenvolvimento do seu trabalho, conta com o apoio da Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Sintra, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação La Caixa, Lisboa2020 e de diversas entidades do setor empresarial e da sociedade civil. Em 30 anos, o Chão de Oliva já promoveu 270 espetáculos/eventos e já passaram mais de 1.100 artistas/grupos pela associação.