Plano para o Turismo de Lisboa define estratégias para Sintra, Mafra, Cascais, Arrábida, Tejo e Caparica
Um novo protagonismo para o Tejo, a gestão dos fluxos turísticos através de doze polos locais espalhados pela Região de Lisboa e o desenvolvimento de produtos transversais a todo o destino, são objetivos centrais da estratégia que visa a integração regional e o aumento da riqueza gerada pelo Turismo.
O Plano Estratégico do Turismo de Lisboa 2020-2024, que foi agora aprovado pelas direções da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL) e pela Associação Turismo de Lisboa (ATL), define uma qualificação da oferta nos centros de maior procura (Belém-Ajuda, Baixa, Bairros Históricos e Oriente de Lisboa, Cascais, Sintra e Ericeira), a aceleração do crescimento das zonas de forte vocação e notoriedade (Arrábida, Mafra), assim como o estímulo às zonas com potencial a médio prazo (Loures, Alcochete, Seixal, Costa da Caparica).
O Turismo é, hoje em dia, a mais importante atividade económica e social de Lisboa tendo gerado, em 2018, 14,7 mil milhões de euros de receita e mais de 201 mil empregos. Contribui com 20,3% para o PIB regional e com 15,4% para o emprego.
O produto "City / Short Break" (estadas curtas em cidade), com uma quota de 66,5%, tem vindo a reforçar a sua posição na arquitetura da oferta, a par (embora numa escala mais reduzida) do produto "MI" ("Meetings & Incentives", reuniões de cariz empresarial e associativo). Surf, Sol e Mar, Golfe e Natureza são os produtos complementares e os qualificadores são a Gastronomia e Vinho, Cultura, Compras e Eventos.
Para atingir o objetivo de integrar a oferta turística de toda a Região, o plano aposta no marketing focado nos segmentos do visitante individual, em família e em pequenos grupos, sendo que são estes os que, igualmente, proporcionam melhor integração com os residentes.
Em matéria de mercados, a grande novidade é o lançamento de iniciativas - a nível dos media locais e em programas digitais - de aumento de notoriedade de Lisboa junto de mercados do Médio Oriente e Ásia, que têm vindo a melhorar as suas performances nos últimos anos, nomeadamente Japão, Coreia do Sul, Turquia, EAU, Catar, Israel, Irão, Arábia Saudita, Rússia.
Manter-se-ão, naturalmente, os programas de promoção junto dos mercados emissores de crescimento consolidado, que têm maior peso na Região (Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Suíça, Áustria, Espanha, Benelux, França, Escandinávia, Itália), assim como nos mercados atlânticos que registam maior crescimento (EUA, Canadá, Brasil).
Polos Consolidados
No Polo Lisboa Centro as iniciativas passam pela regulação, pela gestão de fluxos, pelo estímulo em segmentos e marcas mais qualitativas e pela promoção de novas zonas com potencial turístico, nomeadamente Praça de Espanha, Alcântara e Intendente. Já o Museu do Tesouro Real, no Polo Belém-Ajuda, irá permitir enriquecer a promoção de conteúdos culturais e promover um melhor equilíbrio na utilização turística no Polo. Por sua vez, no Polo Sintra, a aposta estará focada na oferta de um turismo de maior valor, quer em duração de estada, quer de pernoita, no reforço de soluções de mobilidade e na divulgação de riquezas arqueológicas ou igrejas, por exemplo. No que diz respeito ao Polo Cascais, o seu posicionamento premium será reforçado pela dinamização da oferta de hotelaria e restauração de luxo, captação de eventos de elevada exposição mediática, por uma nova dinâmica do segmento de golfe e dinamização como hub náutico de luxo. Já o Polo Ericeira deverá reforçar o seu posicionamento como destino sustentável de surf e alavancar o seu reconhecimento como "Reserva Mundial de Surf".
Polos em Desenvolvimento
A criação do Polo Tejo irá transformar o rio num novo ativo turístico de grande relevo, nomeadamente através do novo Cais de Lisboa e da Rede Cais do Tejo, recentemente apresentados. No Polo Lisboa Oriente serão alavancadas as infraestruturas existentes no Parque das Nações, explorada a vocação de Marvila e Beato, enquanto zonas jovens e trendy em harmonia com a raiz tradicional local, potenciados conteúdos de Arte Pública em Loures e aproveitada a realização das Jornadas Mundiais da Juventude, enquanto evento estruturante. O Polo Mafra deverá qualificar o seu património cultural e natural, alavancando o estatuto de Património Mundial, criando novas infraestruturas e dinamizando um cluster ligado à música (órgãos, carrilhões, Museu da Música, polo da Música da Universidade Nova, novo equipamento, entre outros). Por sua vez, o Polo Arrábida irá focar-se no desenvolvimento do Turismo da Natureza, alavancando a vocação Sol e Mar e a revitalização de ativos históricos para posterior dinamização via conteúdos culturais temáticos.
Eixos de atuação: Polos a Potenciar
A preparação para os efeitos positivos derivados do novo aeroporto do Montijo estará a cargo do Polo Arco Ribeirinho Sul que também irá dedicar-se à exploração turística fluvial para dinamizar o acesso via Rio Tejo. Já o Polo Reserva Natural do Estuário irá posicionar-se como uma zona de experiências únicas com foco no Turismo da Natureza, desenvolvendo experiências de turismo ativo ligadas aos atributos de tradição rural e usufruto do rio que são oferecidos. A experiência Sol e Mar será alavancada no Polo Costa da Caparica que deverá intensificar os esforços de qualificação da infraestrutura de acesso e suporte às praias e enriquecer a oferta de alojamento de qualidade.