Prémio Literário Agustina Bessa-Luís é um desafio a novos escritores

22-04-2019

No intuito de dinamizar a ficção portuguesa, a Estoril Sol instituiu, novamente, o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, em homenagem à grande escritora. 

É de notar que, desde 2016, foi abolido do Regulamento o limite dos 35 anos de idade, cláusula que o Júri considerou estar a condicionar o aparecimento de novos valores. Trata-se de uma iniciativa de relevância cultural que constitui uma oportunidade a não perder para todos candidatos a escritores.

Com a eliminação dessa norma, a Estoril Sol correspondeu, assim, aos pedidos manifestados por numerosos candidatos que estavam impossibilitados de participar no concurso e que, entretanto, nas duas últimas edições, já o fizeram. Mantém-se, contudo, a obrigatoriedade do romance submetido a concurso ser inédito, e de autor português, "sem qualquer obra publicada no género".

A 12ª edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís terá o valor de 10 mil euros e, nos termos do Regulamento, será publicado pela Editora Gradiva, que mantém uma parceria com a Estoril Sol, desde o início deste projecto. O júri será presidido por Guilherme D `Oliveira Martins.

Recorde-se que, em 2018, o romance vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís foi "Um Passo para Sul", de Judite Canha Fernandes.

Ao eleger "Um Passo para Sul", o júri considerou tratar-se de "um romance fundado num triângulo geográfico e existencial, repartido por Cabo Verde, São Tomé e Açores. Os registos linguísticos e imaginativos do crioulo inscrevem-se criativamente na estrutura global da narrativa, contribuindo para a formatação de uma linguagem literária muito estimulante".

O Júri realçou, ainda, o facto de "Um Passo para Sul" ser "um romance em que o amor, mas também a violência terrível exercida sobre as mulheres, se constituem em traves mestras do universo existencial dos personagens. Se o final deste romance sugere um futuro de esperança e luminosidade, não faz esquecer a contundência psicológica que o estrutura e que a todos nos agride no seu alcance humano e social mais profundo".

O Júri, além de Guilherme D`Oliveira Martins, que preside, em representação do CNC - Centro Nacional de Cultura, integra, ainda, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores; Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas; Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários; e, ainda, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.

Juntamente com o Prémio Literário Revelação, a Estoril Sol mantém o Prémio Literário Fernando Namora, instituído regularmente desde 1988, e a cujo Júri presidiu, durante vários anos, Agustina Bessa-Luís. O prazo de recepção das obras originais para ambos os Prémios expira a 31 de Maio.