Rock in Rio: Parque Tejo lotado nos primeiros dois dias com opiniões divergentes

17-06-2024

O novo recinto do Rock in Rio Lisboa divide as opiniões do público, que no fim de semana lotou por completo o Parque Tejo. Scorpions e Ed Sheeren foram as principais estrelas do Palco Mundo .

O novo recinto do Rock in Rio Lisboa, no Parque Tejo, divide as opiniões do público, que desde as 17:00 deste sábado já enchia todos os espaços da 'cidade do rock', num dia em que a lotação esgotou.

Num festival com 17 espaços de entretenimento, dos quais cinco são palcos, há muito por onde escolher.

Pelas 16:30, milhares de pessoas estavam já concentradas em frente ao Palco Mundo, o principal do Rock in Rio Lisboa, a ouvir e a cantar em uníssono clássicos dos Xutos & Pontapés, como "Homem do Leme", "Contentores" e "Maria".

A banda, que sábado esteve acompanhada pela Orquestra Filarmónica Portuguesa, não falhou um Rock in Rio Lisboa. Este ano cumpre-se a 10.ª edição em Portugal do festival, que nasceu em 1985 no Brasil.

Ainda que milhares estivessem junto ao Palco Mundo, outros tantos espalhavam-se pelo recinto em filas para a roda gigante e stands de marcas, nas áreas de restauração, noutros palcos e na "All Experience".

Foi neste espaço, situado na pala do Parque Tejo, criada para acolher o Papa durante a Jornada Mundial da Juventude em agosto do ano passado, que encontrámos Ângelo e Andresa, um casal de brasileiros a viver há sete anos em Viseu.

Para Ângelo, a 'cidade do rock', que ocupa "um espaço muito maior", está este ano "mais organizada" do que no Parque da Bela Vista.

"Há dois anos batia um vento e era um 'poeiral', aqui tem um relvado bom, vasto. E a diversidade das coisas, há muito mais coisas", referiu.

Andresa juntou às vantagens do novo recinto "poder ver o Tejo". "É um presente bem agradável", comentou.

Os Scorpions, que encerraram sábado o Palco Mundo, foram a razão principal para terem optado pelo primeiro dia do festival. A 10.ª edição continuou no domingo e nos dias 22 e 23 de junho.

"Aproveitar que uma lenda vai tocar hoje, e não sabemos até quando. Poder ver um concerto deles é um privilégio", disse Andresa, com Ângelo a explicar que o gosto musical do casal "é deste rock mais à antiga".

A t-shirt da banda alemã que Inês tem vestida denuncia a razão da sua presença hoje no Parque Tejo. "É uma das minhas bandas preferidas", afirmou a jovem da Praia da Vieira, no concelho da Marinha Grande, acrescentando que hoje quer ver também Europe, Hybrid Theory — banda portuguesa de tributo aos Linkin Park — e Evanescence. "É o todo. Xutos [& Pontapés] também é bom. Para mim é o melhor dia", acrescentou.

A 'cidade do rock' parece-lhe "melhor" nesta edição: "O espaço, sendo enorme, dá para andar aqui super à vontade."

Opinião diferente têm Ana e Pedro, de Setúbal, que gostavam mais do recinto no Parque da Bela Vista.

"Acho que tinha mais que ver com o que trouxe de diferente o Rock in Rio a Portugal. Aqui acaba por ser um bocadinho mais do mesmo: sombras zero, muito pó. O outro tinha muitos espaços verdes, o Palco Mundo estava num anfiteatro natural. Aquele local era algo diferente, trouxe algo diferente aos festivais em Portugal", argumentou Pedro, com a concordância de Ana.

A principal razão para optarem pelo dia de hoje são os Extreme. "Estou cá pelo Nuno Bettencourt [guitarrista da banda]. Em termos de guitarra é para mim o melhor que existe no mundo", disse Pedro, acrescentando que também quer ver os Scorpions.

Fotos: Nuno Marques/Região Online