Salas de espetáculos adaptam horários às restrições impostas pelo Governo

03-11-2020

Dezenas de equipamentos culturais de várias cidades do país garantem, num comunicado conjunto, que se mantêm abertos, mas que, face às recentes medidas de contenção da pandemia de covid-19, vão antecipar os horários dos espetáculos mais tardios.

"Continuamos abertos, começamos mais cedo", pode ler-se no comunicado partilhado por dezenas de salas, que vão dos três teatros nacionais (D. Maria II, São Carlos e São João) aos teatros municipais de Lisboa e do Porto, passando pelo Centro Cultural de Belém, pelo Theatro Circo, em Braga, pelo Cine-teatro Louletano, pelo Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, e pelo Coliseu do Porto, entre outros.

As salas permanecerão abertas, "garantindo a oferta cultural e seguindo todas as regras de segurança de público e de todos os profissionais envolvidos", mas com uma antecipação do horário de apresentação dos espetáculos "de forma a permitir que o público possa cumprir o seu dever cívico de recolhimento".

"Os novos horários poderão ser consultados nos 'sites' de cada um dos teatros", acrescentam.

Segundo fonte da Culturgest, em Lisboa, os eventos anunciados para aquele espaço "mantêm os seus horários, visto que todos os espetáculos terminam antes das 22:30, com exceção das sessões das 21:30 do Doclisboa que foram antecipadas para as 19:00".

A Festa do Cinema Italiano, no Cinema São Jorge, em Lisboa, antecipou igualmente os horários das sessões de abertura e de encerramento, nos dias 04 e 12 de novembro, para as 19:30.

Também em Lisboa, no Teatro Maria Matos, na quarta-feira, Manel Cruz só dará um concerto às 20:30, ao invés dos dois que estavam previstos para as 18:30 e para as 21:30.

Outros espaços não vão sofrer alterações: em Castelo Branco, segundo o vereador da Cultura, Carlos Semedo, o Cineteatro Avenida, para já, não vai ser afetado com o encerramento da sala às 22:30. Contudo, o autarca adiantou que, caso a situação seja prolongada no concelho de Castelo Branco para lá do dia 18 de novembro, aí sim, vão ter de fazer alterações aos horários dos espetáculos agendados, que passam das 21:30 para as 20:00.

Também a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, não antecipa modificações aos horários, visto que os concertos mais tardios da sua programação começam às 21:00, com a duração de uma hora.

No caso das salas de cinema, algumas das exibidoras contactadas pela agência Lusa disseram que aguardam ainda esclarecimentos da Inspeção-Geral das Atividades Culturais para tomar uma decisão. Os cinemas Ideal e Nimas, em Lisboa, anteciparam a última sessão para cerca das 20:00.

Os equipamentos culturais, situados nos 121 concelhos de Portugal continental sujeitos ao confinamento parcial, a partir de quarta-feira, passam a encerrar às 22:30, segundo a Resolução de Conselho de Ministros publicada na segunda-feira, em Diário da República.

A resolução declara a situação de calamidade no âmbito da pandemia da doença covid-19 e estabelece, entre as "medidas especiais" aplicáveis aos 121 municípios com mais restrições, que os equipamentos culturais "devem encerrar às 22:30".

Teatros, cinemas, salas de concerto surgem assim, à semelhança de "estabelecimentos de restauração e similares", com horário alargado em mais 30 minutos, como exceções à imposição de fecho às 22:00, aplicada a "estabelecimentos de comércio a retalho e de prestação de serviços", assim como os que "se encontrem em conjuntos comerciais".