Solidariedade por Moçambique sobe ao palco em Alverca

08-04-2019

A música é uma linguagem universal. Bandas nacionais juntam-se em Lisboa para uma causa solidária tocando em nome de Moçambique, onde conseguem bem essenciais para a recuperação da região da Beira.

No auditório do Fórum Cultural da Chasa em Alverca do Ribatejo, Lisboa, prepara-se mais um dos eventos de solidariedade por Moçambique acompanhado por música nacional e patrocinado pela Sound Academy, escola de música da Póvoa de Santa Iria. 

Não se paga bilhete, a entrada é feita por donativos de roupas usadas, produtos de higiene e comida enlatada entregues à porta. As bandas preparam-se para tocar, montam o material no palco e fazem o soundcheck.

"Desde que eu me lembro de ter consciência cívica, que sempre participei em eventos de solidariedade. Nasci em Moçambique, mais especificamente na Beira. Juntei o facto de ser o sítio onde nasci com o meu gosto por ajudar", afirma Tatiana Santos, organizadora do evento.

Chegam as 17h00 e a sala começa a encher, contando com o Presidente da Junta de Freguesia de Alverca e Sobralinho, Carlos Gonçalves. A primeira banda entra em palco: TATIANA e o Quarteto Fantasma, uma banda de rock português. O público bate palmas enquanto a banda toca músicas como 'Acreditar', de seguida 'Além de Ti', 'Canção do Tempo' e, por último, 'Cocaína'. "É difícil dissociar os projetos musicais que tenho da organização deste evento. Posso dar o meu contributo organizando o evento como posso dar o meu contributo trabalhando pela causa. Os músicos voluntariaram-se imediatamente", afirma a vocalista Tatiana Santos. O público vibra e pede mais.

Logo a seguir, entram os MaBelle, uma banda de covers. Tocam músicas como 'High and Dry' de Radiohead, 'Am I the one' de Beth Hart, 'Feeling Good' de Nina Simone. Ouvem-se as palmas e as vozes do público, que reconhecem as músicas. "MaBelle juntou-se a esta causa porque acreditamos que quando unimos forças, somos capazes de resolver e ajudar os que estão em dificuldade", afirma a vocalista Elsa Frias. "Moçambique precisa de nós e MaBelle contribuiu e vai continuar a contribuir para estas causas humanitárias. A vida sem união, não é nada".

MaBelle acaba o concerto e entram Stereophobia, uma banda nacional de rock, funk e grunge. Tocam músicas como 'Lost and Found', de seguida 'Sunday Afternoons', 'Seize the Day', e, por último, 'Novelty'. "É importante para nós participar neste tipo de eventos solidários", afirma o guitarrista Miguel Rocha. "Foi uma grande iniciativa criada e estamos cá com muito orgulho e prazer".

Os últimos a entrar no palco são os Gloom & the Crows, uma banda de folk, country e irish nacional. Tocam músicas como 'The Ballad of Mary Jane', 'Subo o monte sob a lua', 'Celtic Rose', de seguida tocam 'Jolly Joe' e, por fim, 'Sem Amarras'.

"Estes eventos são importantíssimos porque criam a agregação da sociedade e junta os agentes da sociedade civil numa missão, todos por uma causa", afirma o baterista David Moita. "Hoje é Moçambique, amanhã é Portugal. Quanto mais juntos estivermos, mais rendimento temos enquanto sociedade e enquanto participadores da mesma".

As pessoas começam a sair, cumprimentam os músicos elogiando a música e o trabalho e, agradecem pela iniciativa e pela oportunidade de terem ajudado. Sentem-se bem por ter ajudado num evento deste cariz e, muitos, não ajudariam nem procurariam outros eventos para ajudar. Os músicos carregam o material, assim como todos os donativos que serão entregues aos escoteiros da Póvoa de Santa Iria e mandados para Moçambique.

Mais uma vez, os Portugueses juntam-se para ajudar numa causa.


Ana Rebelo

(Aluna do 2.º ano de Ciências da Comunicação da Universidade Autónoma de Lisboa)