Viagem à alma de Almoçageme num livro que retrata 250 anos das festas da padroeira local

17-11-2020

O lançamento deste que é o 2.º livro de António Mateus Cruz realizou-se na Adega Viúva Gomes e contou com a presença de algumas dezenas de convidados, entre os quais o presidente da AR, Ferro Rodrigues, residente na aldeia. O livro tem dois prefácios, escritos por António Correia de Campos, jurista e ex-ministro da Saúde, e por Miguel Esteves Cardoso, a quem se conhecem publicamente os amores por Sintra, particularmente por Almoçageme, onde o último também reside.

Em Almoçageme (Colares), há 252 anos que se realizam os festejos anuais em honra da padroeira da Aldeia - Nossa Senhora da Graça. Este ano, apesar das dificuldades generalizadas e das contingências impostas pela Pandemia, para regozijo de todos, os festejos não foram interrompidos, decorrendo em formato seriamente adaptado às normas declaradas pela Direção Geral de Saúde e pela própria autarquia.

O pontapé de saída do tímido, mas firme programa de festas, foi dado no sábado, dia 3 de outubro, com o lançamento do livro - #orumoaos250 - "que é um registo dos duzentos e cinquenta anos de festa popular que os Almoçagemenses acreditam ser a única celebrada ininterruptamente desde o seu começo em 1768".

A obra é uma viagem à alma de Almoçageme; é um desafio ao coração das suas gentes. Como fio condutor desta viagem metafórica estão os festejos dos 250 anos da Padroeira e o "rumo" feito até àquela data. O autor explica no livro a sua relação com a aldeia, nem sempre linear, é certo, mas como o próprio escreve: "Almoçageme é uma espécie de freguesia, dentro da própria freguesia de Colares e quem vem de fora precisa do seu tempo".


Explicando o porquê do título, António Mateus Cruz escreve que "em 2013 um grupo de jovens almareados arregaçou as magas para que a tradição da secular Festa de Almoçageme não parasse e chegasse aos duzentos e cinquenta anos. Neste movimento de união e dedicação, inundaram-se as redes sociais e estamparam-se em camisolas o hastag #rumoaos250anos". Entre esses jovens estava Cláudio Panta Nunes, ex-membro dos Corvos - banda portuguesa de rock instrumental - precocemente falecido por motivos de doença, Almoçagemense de gema, a quem o autor dedica o livro.

A receita da venda desta edição de autor, com mais de 350 fotografias, contextualização histórica e muita recolha de testemunhos orais, é inteiramente dirigida à Comissão de Festas de Nossa Senhora da Graça. Fotos, recolha de informação, paginação, edição e texto, foram tarefas assumidas na totalidade, a custo zero, por António Mateus Cruz, que se socorreu de algumas ajudas técnicas de amigos e família.

Este livro de capa dura, impresso em papel offset e couchet, com um total de 224 páginas no formato 264x234mm, tem um custo de 25€ e uma tiragem única de 1000 exemplares e pode ser adquirido em várias referências do comércio local, como por exemplo no minimercado Dias, em Almoçageme, no restaurante Búzio, na Praia das Maçãs, no Quiosque da Dona Jú, na Praia Grande, na papelaria Lápis de Cor, no Mucifal, na Adega Regional de Colares, no Café da Natália, em São Pedro de Sintra, ou na loja online dos Parques Monte da Lua e nas diversas lojas dos monumentos históricos de Sintra.

Nota sobre o autor:

António Correia de Campos, escreveu no prefácio do livro: "(...) com costela de Man Ray nos retratos instantâneos, colhe e regista, mesmo em papel como todos ainda gostamos, o que há de mais autêntico nestas terras e nestas gentes. Grato pela sua simpatia e paciência, todos lhe estamos reconhecidos por este magnífico registo de história", mas, afinal, quem é o António Mateus Cruz?

Conhecido por "Toninho" entre os seus pares, é um autodidata, apaixonado por Sintra, pela fotografia e pelo mar. Aos 16 anos publicou a sua 1.ª foto na Vert Magazine , foi editor de fotografia da Soup Surf Magazine e colaborou, esporadicamente, com outras edições nacionais e internacionais. Estudou design gráfico e gestão hoteleira e, atualmente, trabalha com a família no restaurante-cervejaria "Búzio". No pouco tempo que sobra, tem viajado pelo mundo de máquina fotográfica na mão e ainda abraça projetos da sua comunidade com um verdadeiro espírito associativista.

Sónia Firmino